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Tóquio-2020 - 25 de julho de 2021

Turquia 3 x 0 China. Sets em 25-14. Zhu 4 pontos. Acredite!

Uma atuação dominante da Turquia diante da atual campeã olímpica


Não é dia da mentira, nem pegadinha do malandro. Admito que até eu duvidaria ao ler a manchete acima, mas vi com meus próprios olhos, com um pouco de sono, sim, é verdade, entre 4h30 e 5h50 da manhã deste domingo. A China, toda-poderosa, com todas as suas principais jogadoras, tomou uma surra da Turquia, na primeira rodada do torneio feminino de vôlei nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Um sonoro 3 sets a 0, parciais de 25-21, 25-14 e 25-14. Reparem nas duas últimas parciais. É até difícil tentar explicar, mas vou tentar ser o mais claro possível: as turcas deram um baile, um verdadeiro show, não deixando as chinesas jogarem. Sabe quando tudo dá certo de um lado? E nada dá certo do outro? É mais ou menos isso.

Vou apelar para os números para tentar ser mais claro. Ting Zhu terminou o segundo set sentada no banco de reservas, com a TV mostrando o rosto de uma incrédula Lang Ping. Naquele momento, a ponteira havia recebido nove bolas para atacar e só tinha pontuado uma vez. Ela voltou para o terceiro set, fez mais três, terminando com quatro e 3 de 15 no fundamento.

A única a chegar aos dois dígitos de pontuação na China foi Changning Zhang, com 13.

Nos fundamentos, reparem nas diferenças: no ataque, 46 a 28 para a Turquia. No bloqueio, nove a quatro. Nas defesas, 26 a 14. Em tudo a Turquia foi muito melhor. Mas a China errou muito, alguém vai me perguntar. Não. Apenas duas vezes a mais a favor das asiáticas: 16 a 14. O mérito da vitória ter que ser dado para o time de Giovanni Guidetti.

Em resumo, a Turquia jogou demais, em todos os fundamentos. Deixou a China desconfortável em todo o jogo. Pressionou no saque, foi implacável no bloqueio, foi regular na recepção, teve volume de jogo e ainda foi muito eficiente nos contra-ataques. Um verdadeiro show.

Quatro jogadoras chegaram aos dois dígitos de pontuação pela Turquia: Karakurt com 18 pontos, Erdem (13), Gunes (11) e Baladin (10).

A comemoração das turcas, ao fim do jogo, foi mais do que justa.  Com méritos, destruíram as atuais campeãs olímpicas, colocaram uma pimenta especial neste grupo e bagunçaram qualquer prognóstico de cruzamento para as quartas de final.

Por Daniel Bortoletto