Fabiana, que formou a dupla de ouro em 2008 com Walewska: “Estou despedaçada”
Walewska e Fabiana foram as centrais titulares da Seleção Brasileira na conquista do ouro olímpico em Pequim-2008
A central do Osasco São Cristóvão Saúde Fabiana, 38 anos, 1,93m, escreveu um texto emocionado em homenagem à ex-companheira de Seleção Brasileira, a também meio-de-rede Walewska, que morreu na noite de quinta-feira, em São Paulo, aos 43 anos.
– Não consigo acreditar. Estou despedaçada! Quando comecei no vôlei, meus dois eram ídolos Gustavo e a Wal. Ela era uma heroína sem capa pra mim! Mineira, atleticana e central! A Wal era completa! Fisicamente dotada, tinha um tempo de bloqueio absurdo, ataques precisos, uma elegância e muita, muita disciplina. Como não admirar? Queria copiar tudo dela! Se fosse pra ser uma jogadora de vôlei, que eu fosse uma das maiores da história, como ela! Depois da admiração, vieram as chances de jogarmos juntas. Imagina! Ela e eu dividindo a quadra, não como adversárias, mas como companheiras – relembrou Fabiana que foi titular do Brasil ao lado de Walewska na conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
– Jogos Olímpicos de 2004, eu, a reserva de 19 anos só queria observar a Wal brilhar. Veio o Mundial de 2006, aí já éramos a dupla titular, ídolo e fã e fomos lado a lado, até 2008, onde o resto é história e vocês sabem bem o final feliz! Éramos, Wal e eu, juntas, campeãs olímpicas! Quando ela decidiu não jogar mais pela seleção, não pensei duas vezes em agarrar a camisa 1, que por causa dela, eu já usava nos clubes, mas em respeito à ela, não usava na seleção. Era o símbolo dela e agora era o meu. O destino foi tão generoso comigo, que anos depois, me deu uma nova oportunidade de reviver a dupla, no Praia Clube de Uberlândia, onde conquistamos juntas o primeiro título de Superliga da história do clube – continuou Fabiana. Walewska continuou no Dentil Praia Clube até se aposentar, na temporada passada, com a conquista de mais uma Superliga e do Sul-Americano de clubes.
– Mas, nada disso seria história, se o ser humano Walewska, não estivesse à altura do ídolo. Muitas vezes o ser humano por trás da figura pública destrói nossa admiração e com ela só foram coisas boas. Wal, tá doendo muito, ainda tô tentando entender, digerir e acreditar, que você nos deixou muito cedo, com tanto ainda pra produzir e inspirar. Eu sinto imensamente por sua família, seus fãs, e por nós, que convivemos quase que uma vida inteira com você, nas quadras e fora delas nesse mundão. Deus conforte todos os corações nesse momento de tristeza profunda. Obrigada Wal, por tudo e por tanto! O Brasil te deve reverência e o vôlei mundial te deve reverência. Enquanto houver uma bola de vôlei subindo em qualquer lugar do mundo, seu nome e seu legado serão lembrados. Ídolos são imortais! Walewska, você jamais morrerá! Descanse em paz! – completou Fabiana em suas redes sociais.