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Entrevista - Especiais - 17 de janeiro de 2024

Brie: “Muitas coisas estão mudando para melhor no meu jogo”

Confira uma entrevista exclusiva com a levantadora canadense do Sesc RJ Flamengo


A canadense Brie King se sente em casa no Rio de Janeiro. E também está mais do que em casa no dia a dia do Sesc RJ Flamengo. Em sua segunda temporada no vôlei brasileiro, a levantadora é um dos destaques da Superliga Bet7k feminina, liderado ao fim do turno pelo Rubro-Negro.

Nesta semana, Brie foi escolhida por especialistas do Web Vôlei como o principal nome da posição na metade da temporada, após 11 vitórias e apenas uma derrota no primeiro turno da Superliga, com o time carioca demonstrando muita consistência.

Neste papo exclusivo, Brie fala da evolução profissional ao ser treinada pela comissão técnica comandada por Bernardinho, sobre a atual campanha do time, sobre a Cidade Maravilhosa e a possibilidade de jogar a VNL no local, sobre a joia Helena, além do sonho olímpico e do desejo de ver mais mulheres como treinadoras no vôlei mundial. Confira a íntegra da entrevista com Brie King:

Como você define o primeiro turno do Sesc RJ Flamengo na atual Superliga? Qual a importância da manutenção do elenco da temporada passada no desempenho do time atualmente?

A primeira metade da Superliga foi muito boa e de muito crescimento para o nosso time. É claro que o fato de termos mantido grande parte do grupo da temporada anterior ajudou e nos tornou fortes no início do campeonato, mas tivemos que trabalhar duro e estamos tentando melhorar a nossa comunicação em quadra o tempo todo, afinal queremos alcançar um nível acima. Tudo o pudermos fazer enquanto equipe estamos fazendo, em busca desse algo a mais.

Quais aspectos do seu jogo você acredita que mais evoluíram nesta passagem pelo Brasil?

Muitas coisas estão mudando para melhor no meu jogo nesse período no Sesc RJ Flamengo. Acho que minha consistência como atleta é o principal aspecto que o Bernardo e toda a comissão técnica me fizeram evoluir. Além disso, acredito que melhorei minha capacidade como levantadora de liderar o time, de sentir melhor o jogo, de resolver os problemas dentro de quadra. A verdade é que a execução técnica dos movimentos com a bola tem sido a parte mais fácil do meu trabalho diante de tantos fatores desafiadores que envolvem ser uma levantadora e fazer o jogo acontecer. Eram justamente esses fatores que eu mais queria desenvolver aqui e estou conseguindo, graças ao Bernardo e essa equipe.

Brie
Canadense em ação na Superliga (Paula Reis/Flamengo)

A cidade do Rio de Janeiro para você foi amor à primeira vista?

Quando cheguei ao Rio, eu me encantei de imediato, e meu amor por essa cidade só cresceu com o passar do tempo. Adoro a natureza e o sol, mas também a energia das pessoas. A cultura é especial. Eu me sinto confortável para ser quem eu sou. Posso dizer que adorei todas as pessoas que conheci aqui, dentro ou fora do vôlei.

Existem poucas treinadoras no vôlei. Shannon Winzer é uma delas no Canadá. Crê que o sucesso dela possa encorajar mais mulheres a seguir esse caminho?

É muito legal ver o espaço que a Shannon está conquistando como uma treinadora influente, afinal a maioria dos técnicos ainda é de homens. É realmente especial poder viver isso com ela, que é uma inspiração. Minha esperança é ver cada vez mais mulheres à beira de uma quadra, com talento, coragem e capacidade.

Queria que você falasse um pouco sobre o potencial da Helena.

Tem sido bem legal conviver com a Helena e observar a evolução dela com o time. Ela é muito talentosa, e nós temos atletas com grande experiência na equipe e ela precisa dessa convivência para ver o nível onde pode chegar, porque realmente tem um potencial enorme. Acho que eu e as outras atletas tentamos estimulá-la a querer sempre mais, se tornar uma atleta ainda melhor.

A seleção do Canadá tem evoluído nos últimos anos e está na briga pelas últimas vagas na Olimpíada de Paris. O que espera dessa temporada de seleções?

Vai ser a realização de um sonho jogar a primeira semana da VNL aqui no Rio. É experiência única e estou ansiosa para ter minhas companheiras do Canadá tão perto da minha “família do Rio”, como considero muitas pessoas daqui. Nosso objetivo é a classificação para Paris 2024. Sei que temos boas chances, mas será uma batalha contra as outras equipes que ainda estão em busca do objetivo. Mas no momento não estou pensando em como isso vai acontecer, e se vai. Sei que todo o trabalho que estou desenvolvendo aqui no Sesc RJ Flamengo terá um impacto positivo para minha seleção e tenho certeza de que minhas companheiras também estão pensando o mesmo em seus clubes.

Por Daniel Bortoletto