Rosamaria marca 33 pontos e fala sobre a vida no Japão
A oposta Rosamaria parece estar mesmo bem adaptada à vida no Japão. Dentro e fora das quadras. Ela foi destaque na rodada deste fim de semana da Liga Japonesa. Neste domingo, ela marcou 33 pontos e foi MVP na vitória do seu time, o Denso Airybees, sobre o Toyota Auto Body Queenseis por 3 a 1 (25-23, 26-28, 25-22 e 25-22). Foram 31 acertos no ataque, com 42% de aproveitamento, um ace e um block.
No sábado, outra vitória do Denso por 3 a 0 sobre o Toray Arrows (25-13, 27-25 e 25-15), com 21 pontos de Rosamaria, 19 deles no ataque. Com as duas vitórias, o time da Rosa subiu para a quinta colocação, com nove vitórias e oito derrotas.
Fora das quadras, Rosamaria posta nas suas redes sociais uma rotina de turista, conhecendo e dando dicas de viagens e roteiros para quem quer conhecer o país asiático. Em entrevista à revista “Quem”, a jogadora da Seleção Brasileira – vice-campeã mundial e vice-campeã olímpica – falou sobre sua adaptação e como é o seu dia a dia na pequena cidade de Okazaki, para onde ela se mudou em setembro do ano passado, depois de conquistar a vaga olímpica com o Brasil com a vitória por 3 a 2 sobre a Seleção Japonesa.
Confira os principais trechos da entrevista:
Frio
“O frio que tá fazendo aqui… dois graus, com sensação de menos dois. Saudades do calorzinho do Brasil. Cheguei aqui com a Seleção para disputar o Pré-Olímpico e fiquei direto. Moro em Okazaki, próximo a Nagoya, uma cidade pequena. Fica umas duas horas de Tóquio, de trem-bala. É bem country style, bem bonitinha”.
Rotina
Ela mora a cerca de 15 minutos de carro do clube. Quem a leva e busca para os treinos é a tradutora do time, que também é brasileira. “Não dirijo aqui, nossa carteira [de habilitação] não vale. O clube, no primeiro ano, para os estrangeiros, não libera a gente dirigir, até porque é muito complicada a comunicação, placas, etc. Aqui o sentido da direção também é ao contrário, mão inglesa. Com esse choque cultural muito grande, acho que também não me sentiria segura para dirigir neste primeiro ano”.
Comunicação
“Aqui todo mundo é muito solícito, muito simpático. Por mais que a língua seja uma barreira, geral se esforça para fazer dar certo. O básico [do japonês] eu aprendi: ‘bom dia’, ‘boa tarde’, boa noite’, ‘por favor’, ‘desculpa’… Algumas coisas de quadra também, como números e posição. O mínimo de educação eu consigo me comunicar.”
Cultura
“As coisas são muito bem feitas, a galera é muito solícita. É tudo tão correto, que é muito burocrático. Para você fazer algo, precisa se organizar e realizar com muita antecedência. Isso tive que aprender a me adaptar também. A maneira que eles têm de tratar é muito educada, nunca vi uma pessoa sendo grosseira. Eles têm bastante paciência para explicar como funcionam as coisas por aqui.”
Gastronomia
“Todo mundo tem essa imagem do Japão, de sushi, peixe cru. Mas, o que menos comi aqui, foi sushi. Você vai no restaurante, tem uma grelha na sua frente, na mesa. Daí, escolhe os tipos de carne, e vai fazendo tudo ali na hora. Ou sukiyaki, que é uma panela onde esquentam o molho e você vai passando a carne. Pode ser de porco ou wagyu. Daí, cozinha essa carne no molho, junto com outros vegetais, cogumelos. E aí, você quebra um ovo cru numa tigelinha, e depois que você cozinha aquela carne ali, passa ela no olho e come – e é uma delícia. Gosto bastante de mochi, um bolinho bem famoso aqui também.”
Dia a dia
Rosamaria conta que gosta de curtir o seu apartamento e de assistir séries. A atual é “Outlander”. “Tô lendo agora, na verdade é uma trilogia, que chama O Século. Gosto da história das guerras, de biografias também. Tenho um kindle e levo ele para todo lado.”
Dicas
“Não sabia que o Japão tinha ilhas tão lindas. Uma água azul, maravilhosa. Também visitei umas aldeias, onde fizeram demonstrações de dança, da cultura de Okinawa. Foi uma experiência bem marcante. Lá a vida é muito mais calma. Vi um lado do Japão que não conhecia. Fui ao Cruzamento de Shibuya (em Tóquio), o mais movimentado do mundo. É bem interessante ver aquele mundo de gente no mesmo momento. Também é um bairro super interessante, uma área muito iluminada, você chega e chama a atenção. É um clichezão que vale a pena fazer.”