Gabi: “Já estou praticamente sem dor”
Capitã da Seleção fala ao Web Vôlei sobre a recuperação do problema no joelho
Capitã da Seleção Brasileira feminina de vôlei, Gabi tem uma excelente e tranquilizadora notícia para compartilhar com os vôleifãs. A evolução na lesão no tendão patelar do joelho foi boa e ela está prestes a voltar a treinar saltos, em Saquarema, na preparação para a Liga das Nações (VNL).
Ao fim da temporada de clubes, com o Vakifbank, a ponteira brasileira convivia com dores e limitações. E assim iniciou um tratamento: passou por uma clínica em Sevilla, da Espanha, e seguiu o processo no Centro de Treinamentos da CBV, no litoral fluminense. No período inicial da Seleção feminina em Saquarema, Gabi ficou sem saltar, como revelado pelo Web Vôlei, no fim de abril. E ela garante que o resultado até aqui é positivo.
– (A recuperação) está indo muito bem. No ano passado eu também tive um certo desconforto no joelho antes de começar a temporada com a Seleção por sobrecarga. Mas a notícia boa é que meu joelho já está melhor do que no ano passado quando terminei a temporada de clubes. A gente sabe que vai ser um tiro curto, temos menos de 90 dias de preparação para os Jogos Olímpicos. Então eu realmente precisava ficar pelo menos 10 dias sem saltar, para que meu tendão patelar se recuperasse dessa temporada de clubes, que foi muito intensa. Mas já estou bem, essa semana eu volto a saltar. Já estou praticamente sem dor. Um pouco da dor que eu ainda sinto é do tendão se reacostumando com a carga que a gente está administrando e crescendo a cada dia. Mas a recuperação está a todo vapor e tenho certeza de que em breve já estarei 100% – disse Gabi ao Web Vôlei.
A ponteira ainda respondeu mais algumas perguntas. Confira a íntegra abaixo:
Pela primeira vez em alguns anos você chega à Seleção um pouco antes, sem precisar esperar a Champions. O quanto é importante pensando lá em Paris?
É muito ruim por uma questão pessoal, pois é claro que queremos jogar todos os campeonatos pelo clube. De certa maneira, foi importante ter esse tempo maior de descanso e chegar um pouco antes, por causa dessa questão da preparação do joelho. Também é bom para ter um tempo maior para pensar primeiro na Liga das Nações, que vai ser uma competição muito importante, mas principalmente para os Jogos Olímpicos, pois temos um tempo muito curto de preparação. É importante ver a maioria das meninas já se apresentando, a gente conseguindo buscar o melhor entrosamento e trabalhando bastante a parte mental e física um pouquinho antes do que foi ano passado.
Queria que falasse da importância das visitas do Fernandinho (fisioterapeuta da Seleção) durante a temporada e ter uma profissional da CBV com base na Europa para suporte?
Foi de suma importância esse cuidado que a CBV teve de acompanhar a gente desde o início da temporada de clubes. No ano passado no classificatório, algumas atletas chegaram com dores, com alguns problemas físicos e isso acabou atrapalhando um pouco a nossa temporada de seleções. Esse ano foi completamente diferente. Todas estão se apresentado muito bem fisicamente, sem dúvida nenhuma devido a esse suporte. Conversando com as meninas, todo mundo diz que foi uma tranquilidade muito grande, não só eles estarem lá, mas saber que estariam disponíveis. No final da temporada, quando eu senti um pouco mais o joelho, o Fernandinho estava lá dando suporte. Os clubes também olharam com bons olhos o empenho e a preparação que a CBV tem de cuidar de todos os atletas. Fez uma diferença muito grande e vai ser ainda mais importante para nossa preparação para os Jogos Olímpicos.
Seu fim de temporada foi muito emotivo, com a despedida do Vakif. Qual seu maior aprendizado destes anos na Turquia, Gabi?
Foi incrível. Fiquei muito feliz de receber tanto carinho. Eles fizeram uma surpresa na despedida e foi realmente muito emocionante. Não só por todas as conquistas e os momentos incríveis que eu passei, os campeonatos que a gente venceu, mas pela história que eu criei, a identificação que tenho com o clube e com as pessoas. Esse é o maior legado que levo. Eu cheguei lá com 24 anos, uma menina, com muito sonhos e querendo realizar muitas coisas. Passar esses cinco anos lá me amadureceu como pessoa, como atleta e como líder, tanto que acabei me tornando capitã do time. O Guidetti me ensinou bastante, assim como as meninas com quem eu tive oportunidade de trabalhar, toda comissão técnica e o clube. Foram cinco anos de muito desenvolvimento pessoal e profissional, e serei eternamente grata por tudo o que eu vivi.
Por Daniel Bortoletto