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Zé Roberto: “A gente tem que entender que dá pra ganhar”

Treinador comentou o resultado positivo para o fim do tabu diante dos Estados Unidos


Era quase meia-noite de sexta-feira para sábado quando José Roberto Guimarães chegou à zona mista, o local reservado para as entrevistas, no Maracanãzinho, para analisar o 3 a 1 do Brasil sobre os Estados Unidos, pela Liga das Nações feminina (VNL). Paciente como sempre, Zé Roberto atendeu um a um os pedidos dos jornalistas. E admitiu que o resultado, mantendo a invencibilidade na temporada, tem relevância para a sequência do trabalho visando Paris. E, como ele faz em quase toda entrevista, a contagem regressiva continua: faltando 69 dias.

– Importante. Desde 2019 a gente não conseguia. Quebrou-se o tabu.

Tabu que chateava, incomodava a Seleção Brasileira. As jogadoras falavam em rival engasgado na garganta. Para Zé Roberto, o fim do jejum acontece na hora certa.

– Vejo essa vitória acontecendo em um momento adequado, muito oportuno. A gente vinha de derrotas em VNL, na final em Rimini… A gente tem que entender que dá pra ganhar. É difícil? É. Um time que sabe jogar, tem muitas opções, mas a gente sabe que dá (para ganhar). E isso foi feito nesta sexta. Tivemos dificuldades no terceiro set. Kiraly trocou algumas peças e o time encaixou melhor. No quarto set, com a entrada da Carol e com a melhoria do nosso saque, conseguimos pontos importantes, pois o jogo estava bem equilibrado – analisou o tricampeãs olímpico ao Web Vôlei.

Ao ser questionado sobre a mudança do saque americano no terceiro set, mais curto e menos forçado, Zé admitiu que o Brasil sofreu no início:

– A gente começou a jogar errado quando elas começaram a sacar um pouco mais curto. Depois o nosso time estava mais adaptado naquilo que ele estava propondo. Tanto que depois de um certo momento não deu mais certo, com nosso time jogando como deveria ter jogado no terceiro set. Não vou dizer aqui para vocês pois tem muita coisa envolvida de estratégia, mas naquele terceiro set ele teve êxito, depois no quarto a gente se adaptou.

Ele ainda comentou sobre a atuação de Ana Cristina. Maior pontuadora nos primeiros dois jogos, ela teve mais dificuldade ofensiva contra os Estados Unidos, terminando com 30% de aproveitamento e 13 pontos (veja mais números do jogo):

– Ela estava com mais dificuldade, mais marcada. Mas essa superação que ela teve é muito importante. Depois de passar por momentos difíceis, teve a lucidez de sair deles. Ela manteve a concentração, foi caçada no saque e foi bem. Pra gente é ótimo que aconteça isso, que ela saiba que vai ser exigida e pra isso ela sabe que precisa se preparar bem. Essas informações eu vejo apenas pelo lado positivo: entender o quanto é importante ter que estar explorando os ataques lá em cima, sacando viagem, atacando do fundo, bloqueando… Ela é uma jogadora extremamente exigida. E a gente entender que ela tem que treinar, que a gente precisa evoluir o jogo dela. Foi ótimo esse teste, esse jogo, pois temos mais informações para processar, estudar.

Por Daniel Bortoletto, no Rio de Janeiro