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Sem categoria - 3 de julho de 2024

Programa do COB visa aumentar número de treinadoras

Fofão faz parte do grupo de treinadoras atendidas pelo projeto do COB


É grande a chance da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris ser majoritariamente feminina. Até o momento, são 138 mulheres e 93 homens atletas confirmados. Mas esse número ainda não irá se refletir entre os treinadores e treinadoras. Buscando ampliar o número de treinadoras no Alto Rendimento, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), lançou o Programa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação (MIRA). A ideia é que para as próximas edições, o Brasil possa contribuir para a elevação do número global de treinadoras nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 que foi de 13%.

– Sabemos que a ausência de treinadoras no alto rendimento é uma questão mundial. Estamos trabalhando para entendermos quais são as barreiras que as treinadoras brasileiras enfrentam e propormos programas como esse, que contribuam para um ambiente mais igualitário – disse Taciana Pinto, Gerente de Desenvolvimento Esportivo e Mulher no Esporte do COB.

São 10 treinadoras que são mentoradas por profissionais especializados no desenvolvimento de treinadores e treinadoras. As participantes dessa primeira edição do MIRA são: Alexandra Cardoso , do tiro com arco; Bruna Rodrigues, do basquete 5×5; Fabiana Silva, do badminton; Gabrielle Moraes, da ginástica rítmica; Hélia Souza “Fofão”, treinadora da Seleção sub-17 feminina de vôlei; Luiza Fantoni, da natação e águas abertas; Maria Portela, do judô; Nayara Pontes, do vôlei de praia; Rafaela Turola, do rúgbi; e Sandra Crul, do atletismo.

Portela, atleta olímpica nos últimos três Jogos, treinadora da seleção sub-18 de judô e mãe recente, elogiou o Programa que teve início há cerca de dois meses.

– Recentemente eu tive um bebê e saber que eu não fui excluída por isso, que eu tenho oportunidade de trabalhar, de aprender e de fazer parte desse seleto grupo me deixou muito leve. Tive certeza de que ser mãe não vai me impedir de ser uma grande treinadora. Isso me deixou muito contente e muito confortável em fazer parte desse grupo – completou Maria.

O time de mentores é composto por Carla Antonucci, da CBHb, Bacharel em Esporte e Nutrição, Treinadora e Gestora Esportiva; Gabriel Cénamo, Gerente de Treinamento e Educação da CBRu e Bacharel em Educação Física; e Elinai Freitas, Gestora Esportiva da CBTri, Treinadora e Doutoranda em Educação Física. O trio, que foi certificado pelo COB no Programa de Formação de Coach Developers realizado pela área de Desenvolvimento Esportivo, é supervisionado por Paula Korsakas, Consultora em Esporte e Desenvolvimento Humano, Mestre em Pedagogia do Esporte, Doutora em Educação Física e Master Coach Developer formada pela NCDA – Japão.

MIRA

MIRA significa Mentoria Individualizada Reflexão e Ação, mas também é uma analogia com alvo, com o que o COB quer atingir. Os objetivos do MIRA são: estimular consciência e reflexão; estabelecer metas individuais para aprimoramento de competências especificas; promover aprendizagens contextualizadas na atuação prática com ênfase em seus desafios cotidianos; articular conhecimentos profissional, interpessoal e intrapessoal e fortalecer rede de suporte.

O público-alvo é, na primeira edição, 10 treinadoras e/ou assistentes técnicas de seleções nacionais adultas ou das categorias de base. O programa que tem suporte financeiro da Solidariedade Olímpica, terá duração de 8 meses. Seu planejamento conta com 11 encontros individuais e outros quatro em grupo, entre atividades online e presenciais. Além disso, prevê o acompanhamento dos mentores in loco durante períodos em que as treinadoras estiverem atuando em treinamentos e/ou competições. Por tratar-se de uma intervenção individualizada, as necessidades de cada treinadora podem resultar em ajustes na programação.

O formato é baseado em quatro pilares: 1) ambiente de trabalho como lugar de formação; 2) aprendizagem a partir da experiência; 3) conversas envolvendo trocas e construção compartilhada; e 4) engajamento em torno de um objetivo.

– Identificamos, juntamente com as Confederações, treinadoras que já estão trabalhando em seleções nacionais, seja como treinadoras ou como assistente técnicas. Para potencializarmos o desenvolvimento deste grupo de treinadoras de elite, é fundamental que tenhamos processos individualizados, focados na necessidade e no momento de carreira de cada uma – completou Kenji Saito, Diretor de Desenvolvimento e Ciências do Esporte.