Bruninho vê Brasil “menos favorito”, mas com “sangue nos olhos”

Perto de sua quinta Olimpíada, o levantador Bruninho conhece como poucos a competição. Com um ouro (Rio 2016), duas pratas (Pequim 2008 e Londres 2012) e um quarto lugar (Tóquio 2020), ele admite que esta é a edição que o Brasil chega com mais desconfiança da torcida.

– Com certeza, de todas as edições de Olimpíadas que eu disputei, essa é a que o Brasil chega como “menos favorito”. Faz parte. A gente tem que aceitar que não fomos tão constantes como nos outros ciclos. Apesar do bronze mundial, que foi um ótimo resultado, a gente teve momentos de não jogar um bom voleibol e a gente tem que entender isso – comentou Bruninho.

No entanto, o levantador assegura que a Seleção Brasileira vem treinando e aperfeiçoando o seu voleibol. Além disso, Bruninho reforça que o Brasil tem aprendido com frustrações recentes, como a eliminação precoce na VNL.

– A gente tem uma dedicação intensa, né? Uma entrega de todo o grupo, de toda a comissão técnica, de jogadores que também não estão aqui, mas que fizeram parte de toda a preparação. Mas o importante é que agora a gente entre com o espírito correto, que é pronto para uma batalha, com sangue nos olhos, porque o Brasil na Olimpíada, ele representa muito.

Bruninho apontou ainda outro motivo para o torcedor ter mais esperança no time de Bernardinho, com quem divide a rotina na Seleção:

– É muito importante a gente ter uma mescla de jogadores mais jovens, com a energia que eles têm, e jogadores mais experientes, como eu, o Lucão e o Lucarelli. A gente está buscando cada vez mais ter um grupo mais coeso. A gente tem um grupo muito unido. Isso é muito bacana, um ambiente que a gente criou não só dentro de quadra, mas fora –  analisou o levantador.

Em Paris 2024, a disputa pelo ouro começará com 12 equipes, divididas em três grupos de quatro equipes. As duas melhores de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final. Na fase de grupos, o Brasil enfrentará Itália, Polônia e Egito, nos dias 27/7, 31/7 e 2/8. A final está marcada para 10/08.

– A gente só tem sonhado com isso e com aquilo que a gente tem que fazer a cada dia. A gente sonha com a medalha. A gente sabe da dificuldade que é, do equilíbrio que existe hoje na Olimpíada. Mas a gente confia muito no nosso processo, naquilo que a gente vem fazendo no dia a dia. Mesmo que seja, talvez, de um “underdog”, já que as pessoas não têm colocado a gente como favorito. Mas a camisa do Brasil é pesada. A gente tem que entrar com sangue nos olhos desde o primeiro momento dessa partida de sábado, contra a Itália – concluiu Bruninho.