Diário de viagem 10: Ace? Gol? Era um ippon do Riner
Bastidores e curiosidades dos Jogos de Paris por Daniel Bortoletto
A França acabava de perder um set para a Eslovênia na Arena Paris Sul, terceira rodada do torneio masculino de vôlei, nesta sexta-feira (2/8). Do nada, a torcida francesa explode.
Estava escrevendo um texto, sem olhar para a quadra. Olho para o telão, em busca de algum replay, mas a partida estava no intervalo. Que diabos aconteceu? Olho em volta e entendo ao ouvir os gritos de “Teddy, Teddy, Teddy”.
Um dos maiores ídolos do esporte local acabava de faturar um ouro em Paris, simplesmente o quarto dele na carreira em Jogos Olímpicos (ainda tem dois bronzes). O judoca Teddy Riner, de 35 anos, é um daqueles caras que conseguem parar um país. Hoje, quem não estava na Arena Campo de Marte, aos pés da Torre Eiffel, tentava ver as lutas dele no celular.
As finais do judô hoje eram consideradas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como alta demanda. Ou seja: aquele evento com necessidade de fazer um credenciamento extra de imprensa para acompanhar. Outros poucos são assim: uma final Carlos Alcaraz x Novak Djokovic em Roland Garros, finais da natação, basquete com o Dream Team americano em quadra… Ajuda a dar uma dimensão de Riner.
Pouco mais de uma semana atrás, Riner foi um dos escolhidos para acender a pira olímpica na Cerimônia de Abertura dos Jogos, ao lado de Marie-José Perec, ex-corredora. Na impressionante carreira, Riner chegou a ficar dez anos sem perder uma luta. Ganhou nove Mundiais. Num país de Zidane, Mbappé, Tony Parker e outros grandes nomes, o cara é o Riner.
Por Daniel Bortoletto, em Paris