Zé Roberto: “Estou emocionado. Sofremos muito com as quartas no Rio”
José Roberto Guimarães é sempre o último a passar pelo zona mista, a área de entrevista, depois das partidas da Seleção brasileira feminina nos Jogos de Paris. Hoje, depois de avançar para as semifinais, ele estava mais emocionado do que nos outros dias.
Em dois momentos da entrevista para sites e jornais brasileiros, ele ficou com a voz embargada. Antes, quando passou pelas TV’s detentoras de direito de transmissão, ele já havia demonstrado viver um dia especial.
– Esse jogo é o jogo mais complicado que existe em Olimpíada. É uma final. Complicado por esse massacre mental que é, o quanto você tem de se preparar, o quanto é esperado esse momento. Se perder, vai embora. Se ganhar, entra na zona de medalha. Estou emocionado, porque a gente sofreu muito isso no Rio (eliminado nas quartas pela China). Estava tudo acontecendo da melhor forma possível e a gente sucumbiu. Eu estou vendo uma concentração muito grande. Tivemos pouco espaço para treinamento do jogo da Polônia para cá. Se a gente continuar com essa energia e esse volume de jogo, a gente pode ganhar de qualquer time do mundo. Essa preparação tem que continuar muito forte, sabendo que a gente tem possibilidade de brigar muito pela medalha – disse Zé Roberto.
Ainda sem saber quem enfrentaria naquele momento, o treinador brasileiro fez uma análise das americanas, rivais na semi de quinta-feira (8/8) nos Jogos de Paris.
– Os Estados Unidos são um time que defende muito bem, jogam sempre concentradas. Passou por alguns momentos difíceis, mas sempre chega forte. Temos de estar preparados. A gente está fazendo uma competição muito boa, mas temos de pensar que não temos uma semifinal, temos uma final pela frente. Vamos começar a a estudar o adversário hoje e amanhã tem treino – finalizou Zé Roberto.
Ao fim da entrevista, ele se despede dos jornalistas e vai encontrar a esposa. Alcione esperava o fim da conversa para parabenizá-lo por mais uma classificação para as semifinais dos Jogos. Um abraço, algumas palavras carinhosas e eles saem pelo gigantesco pavilhão onde foi erguida a Arena Paris Sul. Como dois anônimos na multidão, eles caminham até o local de saída do público. Um pouco de vida normal entre o caos e a loucura de uma Olimpíada.
Por Daniel Bortoletto, em Paris