CBV fala em foco na base e admite eventuais ajustes para 2028
Entidade fez balanço positivo da participação brasileira em Paris, com duas medalhas, e diz que avaliará "o que precisa ser ajustado"
A CBV fez um balanço positivo da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, mas admitiu que poderá fazer ajustes para os próximos ciclos olímpicos. A modalidade marcou presença no pódio do maior evento esportivo do planeta duas vezes, com o ouro de Duda/Ana Patrícia na praia e o bronze da seleção feminina na quadra. No masculino, nem a seleção nem as duplas da praia foram ao pódio. A entidade garante que já trabalha com foco em Los Angeles 2028.
– Agora vamos analisar o que funcionou e o que eventualmente precisa ser ajustado. Para a CBV, Los Angeles 2028 já começou – disse Radamés Lattari, presidente da CBV, ao reforçar a importância do foco nas categorias de base.
– Enquanto nossos atletas competiam em Paris, o Centro de Saquarema recebia duplas de vôlei de praia de base e a seleção feminina sub-19 para treinamentos específicos. Renovamos a parceria com La Moselle e teremos o CT europeu até o fim de 2028. Este ano, retomamos o projeto da seleção de novos masculina, que realizou uma temporada de treinamentos na França e disputou uma competição na Coreia. Nos últimos dois anos, desenvolvemos projetos específicos para a base, como as clínicas de fundamentos para levantadores e líberos, e o “Mentalidade Vencedora”, com palestras realizadas por medalhistas olímpicos. O olhar sobre a base é constante. Queremos que nossos jovens talentos se desenvolvam tecnicamente, mas também mentalmente – avaliou Radamés.
O dirigente lembrou dos desafios que a entidade enfrentou neste ciclo olímpico mais curto, atingido pela pandemia, e destacou o mérito das equipes medalhistas do vôlei brasileiro no período.
– Tivemos um ciclo olímpico atípico, mais curto. Estamos muito felizes com as duas medalhas. O ouro de Duda e Ana Patrícia, duas das melhores jogadoras do mundo, coroa o talento do voleibol de praia brasileiro, e o trabalho realizado pelas duplas e suas comissões técnicas com o time do Leandro Brachola, supervisor técnico da CBV. Além do Brasil, apenas os Estados Unidos chegaram à fase eliminatória com duas duplas de cada gênero. Na disputa feminina de vôlei, temos um grupo de equipes muito niveladas. Claro que sempre entramos nas competições pensando no ouro, mas é muito importante ter o Brasil no pódio olímpico – afirmou Radamés.
A preparação do vôlei para os Jogos Olímpicos incluiu a utilização de dois Centros de Treinamento de altíssimo nível. No Brasil, o Centro de Treinamento do Voleibol Enel Saquarema. Na França, o CT na região de La Moselle, fruto de uma parceria com o governo da região. Duda e Ana Patrícia, por exemplo, fizeram temporadas de treinamento em Saquarema e finalizaram a preparação para Paris 2024 no CT francês.
– Planejamento e trabalho foram os pilares do projeto do voleibol para Paris 2024. Durante os três anos do ciclo olímpico, o apoio da CBV às duplas de vôlei de praia incluiu o custeio das despesas de passagem, hospedagem e alimentação para as três primeiras do ranking de cada gênero, extensivo ao técnico e a mais um integrante da comissão técnica. Dois fisioterapeutas da CBV acompanharam as duplas nas etapas Elite do Circuito Mundial. Na reta final da preparação para Paris, as parcerias classificadas realizaram estágios de preparação individualizados em Saquarema e na Europa – explicou Jorge Bichara, diretor técnico da CBV.
– Na quadra, a CBV acompanhou de perto os atletas durante as temporadas de clubes. Enviamos profissionais de fisioterapia, nutrição e preparação física para diversos países da Europa, para que desenvolvessem trabalhos específicos com alguns jogadores. Também contamos com a parceria dos clubes brasileiros no monitoramento dos jogadores que disputam a Superliga. Essas ações ajudaram a prevenir lesões e fizeram com que os atletas se apresentassem em melhores condições físicas, permitindo que os treinadores tivessem o grupo sempre à disposição – completou Bichara.