
Kasiely explica por que não espera convocação à Seleção
Um dos destaques do Sesi Bauru na campanha do vice-campeonato da Superliga, ponteira diz que prioridade agora é família e repouso
Vice-campeã da Superliga Feminina com o Sesi Bauru, Kasiely se orgulha do desempenho pessoal que a permitiu chegar a mais uma final, ainda mais com a presença de sua família no Ibirapuera. Ao final da temporada, o objetivo da ponteira é justamente passar o tempo com quem ela mais ama, além de cuidar do corpo e da mente. Um chamado para a Seleção Brasileira não está nos planos.
– Eu não espero uma convocação. Eu já até conversei na época que eu jogava no Praia, com o Paulinho (Coco), sobre essa possibilidade de ir ou não. Não é algo que eu almejo para a minha carreira. Como eu falei, um dos motivos de eu ter vindo pra cá era ficar mais perto da minha família. Então, o meu objetivo nas férias é descansar meu corpo. Eu tenho uma cirurgia no ombro que eu fiz há mais de 10 anos, então eu carrego isso todas as temporada comigo. Preciso dar esse descanso. Cirurgia de ombro é muito difícil de se recuperar. A gente perde muita força, muita mobilidade – disse Kasiely.
A escolha de suas prioridades também está relacionada a uma reflexão que a atleta faz desde perdeu o pai, em 2020. O tempo com os familiares ganhou ainda mais importância.
– A partir do momento que eu perdi meu pai, minha prioridade foi a minha família. Infelizmente, aprendi meio na dor. Ele era o meu maior fã. Eu me dei conta de que eu não tinha tantos momentos com a minha família como eu poderia ter tido. Ele sempre me apoiou, mas é a questão do que eu acredito de vida. Primeiro, a minha família e depois as outras coisas. E deu certo até agora – afirmou a jogadora.
Ela avalia que a temporada 2024/2025 foi especial entre todas e elege um fator que a deixou ainda mais confortável para executar seu papel.
– Eu acho que a melhor. Foi a temporada que eu joguei mais leve, que eu consegui contribuir mais. Fazia muito tempo que eu não treinava com a base, e o time tem muitas garotas novas. Elas também me ensinam, e eu tento passar pra elas o que sei.
Consciente sobre seu papel em quadra e a necessidade de buscar algo a mais para se sobressair no mais alto nível, Kasiely explica como, mais uma vez, buscou se reinventar.
– Sou sedenta em aprender, e não só dentro de quadra, mas fora também. Fico sempre buscando ler, estudar alguma coisa. Acho que é fundamental não só para atleta, mas para a formação do ser humano. O ataque é uma coisa que eu venho buscando há muitos anos, e essa temporada não foi diferente. Eu sei que é uma coisa que eu preciso melhorar, afinal não tenho um físico privilegiado. Esse lance de entender o jogo eu também tive que desenvolver para me ajudar. Não tenho tanta força para sair estourando todas as bolas, então tenho que pensar na estratégia para ajudar o meu time e, às vezes, até pontuar numa largada ou numa mão de fora. Todas as estratégias que eu uso também são a meu favor durante todo o jogo – contou Kasiely.
A atleta contou que os cuidados com a saúde mental são mais um item na sua lista de prioridades:
– Sempre procuro trabalhar muito, não desistir e não escutar o que os outros falam. A galera critica demais. Fico no meu mundinho. Não tem muito segredo, mas acho que é isso, manter o foco e cuidar muito da minha saúde mental. Isso me ajuda muito nos momentos tensos dos jogos. Acredito muito que o trabalho devolve. Gosto muito dessa frase. Então, eu venho trabalhando muito nesses últimos anos.