Velasco explica ausências na Azzurra e critica “cultura” italiana

Responsável pela guinada nos rumos da seleção feminina italiana de vôlei no ano passado, quando substituiu Davide Mazzanti e conquistou a Liga das Nações (VNL) e a Olimpíada de Paris, Julio Velasco explicou as decisões tomadas na primeira convocação da Azzurra para 2025.

Entre os 30 nomes inscritos para a VNL, algumas ausências chamaram a atenção. De acordo com o treinador, Cristina Chirichella, Elena Pietrini, Marina Lubian e Sara Bonifacio pediram para ficar fora. Já a decisão de não chamar Caterina Bosetti foi dele.

– Algumas jogadoras não aceitaram o convite, mas devem entender que a seleção nacional não é um lugar onde você entra dependendo do momento. Podemos entender momentos particulares, mas não é como se você aparecesse para o ano da Olimpíada e dissesse: “Estou aqui”, pois você encontrará um treinador que dirá: “Não”. Pietrini, Chirichella, Bonifacio, Lubian recusaram. Sobre Bosetti, eu liguei para ela. Há um papel que precisa ser lançado por uma jogadora que pode dar um passo a mais – disse Velasco.

O treinador ainda revelou uma premissa: dar oportunidade para quem está jogando, independentemente da divisão do time:

– Nas convocações, se eu tiver que escolher entre uma titular na A2 e uma não titular na A1, escolho o titular na A2.

Depois de trabalhar muito tempo com as categorias de base do vôlei italiano, Velasco usou um exemplo do futebol para contestar a cultura do país sobre a utilização de jovens. O caso escolhido foi o do atacante espanhol Lamine Yamal, 17 anos, titular do Barcelona e da seleção espanhola.

– Yamal não jogaria na Itália. Ele não teria jogado há um ano, assim como Pedri, que tem 18 anos. Acredito que eles não jogariam aqui porque há desconfiança nos jovens. Eles nunca estão prontos, assim como há uma certa xenofobia. Acho que essa mentalidade precisa ser mudada, para dar mais confiança aos jovens, mesmo na Série A e na seleção, para diminuir custos e aumentar o entusiasmo, porque os jovens trazem muito entusiasmo – comentou.