
Gabi exclusivo no Web Vôlei: carreira, críticas, planos e muito mais
Capitã da Seleção Brasileira feminina de vôlei, destaque do poderoso Conegliano, referência do esporte na atualidade, elogiada por companheiras e adversárias mundo agora. Para o técnico italiano Stefano Lavarini, a “Filha do Deus do vôlei”. Essa é Gabi.
A ponteira desembarcou no Brasil, no fim de semana, como grande estrela do Campeonato Mundial de clubes, a ser disputado em São Paulo entre terça-feira e domingo. Pouco antes da viagem, ela atendeu o Web Vôlei.
Gabi falou sobre o momento, Seleção Brasileira, planos para a carreira, como a terapia ajuda a conviver com o ambiente muito vezes tóxico das redes sociais. Ela também revelou a vontade de voltar a jogar no país, além de trazer bastidores do ambiente do Conegliano, melhor time do planeta.
Confira alguns trechos da entrevista com Gabi. A íntegra está no ar no Canal do Web Vôlei no YouTube.
MUNDIAL DE SELEÇÕES
A gente queria muito o ouro e foi coroado com a medalha de bronze. Acho que a gente merecia por tudo que a gente sofreu, viveu ali. Mas eu acho que esse bronze coroou essa subida de degrau, tanto mental quanto físico, de entendimento que realmente dá pra gente ganhar, dá pra gente conquistar um ouro, dá pra gente chegar num patamar diferente nesses próximos anos. Acho que é essa mensagem que ficou pra gente nesse Mundial.
JOGAR O MUNDIAL DE CLUBES NO BRASIL
Está todo mundo muito ansioso (no Conegliano). Ficavam me perguntando: “O Mundial vai ser no Brasil, não vai?” Todo mundo estava acendendo vela, me perguntavam todos os dias. “Gabriela, tem que ter algum informante. Eu falei: Eu e o vôleifã inteiro no Brasil morrendo para saber se esse Mundial vai ser no Brasil ou não”.
A Bela (Haak) nunca foi pro Brasil. Ela tá ansiosa. Falei pra ela: “Mulher, você não vai andar no Brasil. Se sou eu na Tailândia, é você no Brasil. Ela quer experimentar as frutas, ela quer experimentar as comidas. Já fiz brigadeiro para ela, ela ama. Já fiz brigadeiro pras meninas, elas amam. As meninas escutam muito funk. No nosso pré-jogo, sempre tem pelo menos três ou quatro músicas de funk brasileiro. A Sillah já quer trançar o cabelo dela no hotel (…) Todo mundo está muito, muito, muito feliz. Mas eu estou muito surpresa pois a Bela está mais animada. Ela falou: “Eu não sei se eu terei oportunidade de jogar no Brasil”.
CRÍTICAS EXTERNAS E AUTOCRÍTICA
E também eu acho que eu sempre tive uma relação um pouco mais tranquila com as redes sociais e com a pressão de fora, porque a minha pressão interna sempre foi maior do que a pressão externa. Então, às vezes o que me incomodava mais era o ódio. Às vezes que que alguém comentava: “Pô, eu odeio a Gabi. Eu falava: “Mas meu Deus, por que as pessoas me odeiam?”, né? Com terapia, com tudo, você entende que é mais sobre o outro do que é sobre a gente, né? Mas as críticas assim nunca me incomodaram tanto pois eu sempre fui uma pessoa muito crítica comigo mesma, né?
É uma coisa que até o Bernardo e minha mãe sempre falaram muito: você é muito perfeccionista. Acho que veio muito até do Bernardo, muitos anos convivendo com ele. Então, sempre tive essa esse autojulgamento e uma crítica, né? E eu sempre coloquei a régua muito alta para mim mesma.
PLANOS PARA O FUTURO
Eu sempre faço planejamentos de curto, médio e longo prazo, mas eu acho que o mais importante em si, primeiro fazer o de longo prazo, né? Então eu sempre penso no ciclo olímpico. Eu fiz isso durante Rio, Tóquio, Paris e agora pensando em Los Angeles. Então eu pretendo ficar fora do país do Brasil até Los Angeles. Com certeza eu entendo que hoje as ligas aqui fora, como Itália e Turquia, são as ligas que realmente onde estão as melhores jogadoras, os melhores treinadores. A oportunidade de jogar Champions League, o Campeonato Italiano, o Turco, o Mundial de Clubes. Eu entendo que isso é muito importante para esse momento, pensando como eu quero estar em Los Angeles, no próximo Mundial em 2027.
Então, eu já fiz esse planejamento assim que acabou Paris: pretendo continuar aqui fora, pelo menos até Los Angeles. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho vontade de ter família, de estar perto da minha família, principalmente. Então, pode ser que depois de Los Angeles eu tenha um planejamento sim de voltar pro Brasil. Antigamente eu pensava, talvez ainda ficar uns três, quatro anos aqui fora. A gente nunca tem certeza de nada, de como vai ser, mas pode ser que 2029 eu já tenha um planejamento de procurar alguma equipe no Brasil, começar a conversar com os meus empresários, de pensar em voltar a jogar no Brasil (…)
Eu tenho esse ano aqui com o Conegliano, ainda não renovei. Vão começar as negociações provavelmente agora em dezembro e janeiro para saber se eu fico aqui, se eu volto pra Turquia ou se eu vou para alguma outra equipe. Mas é isso: provavelmente eu continuarei aqui até Los Angeles e depois tem grande chance de voltar pro Brasil. Estou sentindo falta de casa.


