“Contra tudo e contra todos”, França está na Olimpíada
Na final do Pré-Olímpico, França derrotou a Alemanha por 3 sets a 0
Precisei abusar de um clássico jargão popular no título desta matéria. Mas acho que ele ajuda a explicar bem a classificação da seleção masculina da França para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Nesta sexta-feira, em Berlim, os franceses derrotaram a Alemanha por 3 sets a 0, parciais de 25-20, 25-20 e 25-23, na final do Pré-Olímpico Europeu.
Se você me disser que acreditava, uma semana atrás, neste desfecho da competição, eu admito que não vou acreditar.
A França tinha todas as desculpas para dar caso se despedisse precocemente da disputa pela vaga olímpica. Estava no grupo da morte com Sérvia e Bulgária, perdeu jogadores por lesão (Rossard e Clevenot), viu o oposto Boyer, um dos principais titulares, pedir dispensa às vésperas da competição por problemas com o craque Ngapeth, aquele mesmo preso um mês atrás, no Brasil, além de contar com alguns atletas longe das condições físicas ideais (Tillie e Lyneel).
E, com todas essas situações, sai de Berlim, no mais forte dos torneios classificatórios, com o passaporte olímpico carimbado. E olha que a campanha foi repleta de percalços. Na primeira fase, duas derrotas em três jogos. Na semifinal, saiu perdendo por 2 a 0 para a Eslovênia. E hoje consegue fazer a principal atuação, para calar a torcida alemã. Surpreendente!
Na decisão, quatro franceses conseguiram chegar aos dois dígitos de pontuação, mostrando uma atuação coletiva marcante: Patry fez 14 pontos, Ngapeth colaborou com 12, Le Goff fez 11, seis deles no bloqueio, e Chinenyeze terminou com dez e 82% de aproveitamento no ataque. Sem contar com as atuações elogiáveis do levantador Brizard, uma das surpresas de Laurent Tillie no lugar de Toniutti, e do líbero Grebbenikov, o melhor do mundo na posição. O outro titular na ponta foi Louati, na vaga de Kevin Tillie, o filho do treinador.
Pelo lado alemão, Grozer praticamente jogou sozinho. Foram 20 pontos. Depois dele, quem mais marcou chegou apenas a cinco.
Por Daniel Bortoletto