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Internacional - Seleção Brasileira - Vaivém - 9 de março de 2020

Fronckowiak segue na Polônia e fala sobre saída da Seleção

Marcelo Fronckowiak confirmou continuidade no Cuprim Lubin e desligamento da Seleção masculina


O técnico Marcelo Fronckowiak confirmou, nesta segunda-feira, na Polônia, em entrevista ao canal Polsat Sport, a permanência por mais uma temporada no Cuprum Lubin. E também revelou não fazer mais parte da comissão técnica da Seleção Brasileira masculina.

Em contato com o Web Vôlei, por telefone, Fronckowiak comentou as duas situações:

– Estou mais uma vez vivendo uma temporada de muito aprendizado. Meu clube tem pouco investimento e, eventualmente, sofre com situações que não posso controlar. Já obtivemos resultados muito importantes este ano como vitórias contra Belchatow, na casa deles, Reszovia idem, duas vezes contra Katowice e contra Suwalki, times com muita grana e que estão na zona dos playoffs. No início do campeonato perdi meu oposto titular que quebrou a mão na véspera da estreia, meu capitão ficou metade do ano fora com uma lesão na musculatura abdominal e meu central estrangeiro chegou com uma hérnia de disco e nunca conseguiu treinar e jogar com sequência. Tudo isto é pesado para administrar e a qualidade do treino cai. Vou continuar em Lubin, pois já estava sob contrato. Tem uma cláusula de “buyout”, mas isto não vai acontecer, já estou formando a equipe para a próxima temporada – contou o brasileiro.

Em janeiro, ele recebeu uma ligação de Renan Dal Zotto e foi comunicado de que não continuaria na Seleção em 2020. Um baque para quem esperava participar dos Jogos Olímpicos pela primeira vez, em Tóquio.

– Não é simples, estando tão próximo da Olimpíada, mas tentei o meu melhor quando lá estive. Agradeci ao Renan, pois nunca havia recebido nenhuma oportunidade na Seleção, mesmo com trabalhos consistentes. E lamentei diretamente a decisão pedindo que fosse informado caso tenha feito algo que me desabonasse. Ele me disse que não é que em algum momento iríamos conversar – comentou.

Na temporada passada, Fronckowiak dirigiu a Seleção no início da Liga das Nações (VNL), quando Renan cumpriu suspensão. Depois, comandou o Brasil no Pan-Americano de Lima, no Peru.

– A percepção que eu tinha é que a decisão estava sendo encaminhada desde a apresentação do ano passado. O que retardou, na minha opinião, foi o fato de o Renan ter tomado a suspensão e precisar de alguém para substituí-lo. E também havia a necessidade de alguém para dirigir o time no Pan. Estava na expectativa de ir para as finais da Liga das Nações, inclusive o Brasil jogou duas vezes com a seleção jovem da Polônia, que eu conheço todos, estou acostumado a estudá-los. E tinha uma expectativa pessoal de participar do Pré-Olímpico também. Me disseram que não, por uma questão de logística, de custos, enfim, muito mais de custo – disse o gaúcho, campeão da Superliga como jogador e treinador.

Ele também comentou o pedido para se ausentar dos últimos compromissos da Seleção em 2019, quando passou por uma bateria de exames para um melhor diagnóstico de um problema cardíaco.

– Já estava designado para o Sul-Americano desde o início do ano. E eu tinha um acordo com o Renan para não iria para o Japão (Copa do Mundo) em função do início da temporada na Polônia. Eu queria fazer a pré-temporada. Indo para o Sul-Americano eu ficaria com um tempo muito curto para fazer esses exames. Não tinha a dimensão do meu problema. Falei pro Renan que não tinha interesse de fazer os amistosos na Argentina e também o Sul-Americano. Eu precisava ir para a Polônia seguro do que eu tinha era algo que não iria me comprometer. Eu não teria auxílio médico brasileiro, estou num país com uma língua difícil – explicou.

Fronckowiak ainda garante não ter ficado qualquer rusga com Renan.

– Existe um sentimento meu de gratidão em relação ao Renan pelo convite – garantiu. – Mas são coisas que acontecem na vida da gente, nem sempre do jeito que a gente gosta. Não é a primeira porrada, entre aspas, que tomo na minha carreira. Eu acabei sendo campeão da Superliga com o Rio de Janeiro, às vésperas da Olimpíada (2012), em um projeto que era para durar até 2016, com o Maracanãzinho lotado, Rede Globo, baita evidência da equipe, do patrocinador e minha também. E, no ano seguinte, fiquei nove meses sem salário, com uma equipe que se desmontou. Não é nenhuma novidade sofrer com situações que não são as mais tranquilas. Mas é isso aí, vida que segue. Quem sabe ainda eu não tenha tempo hábil para participar de uma Olimpíada? Me considero um treinador maduro, mas com bastante tempo para disputar uma Olimpíada