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Entrevista - 9 de maio de 2020

Sheilla, sobre Tóquio: “Não somos favoritas nem hoje nem em 2021”


Em entrevista ao site da ESPN, a bicampeã olímpica Sheilla disse que o adiamento da Olimpíada para julho do ano que vem não muda o fato de que o Brasil segue não sendo favorito ao ouro.

– Não somos favoritas nem hoje nem no próximo ano – disse a oposta, que defendeu o Itambé/Minas na última temporada e ainda negocia a sua renovação.

Em live na semana passada no Instagram do Minas, ela colocou o Brasil no “bolo” pelo ouro ao lado de China, EUA, Itália, Sérvia e Rússia.

Depois de cair para a China nas quartas de final da Olimpíada do Rio-2016, por 3 sets a 2, de virada, o time do técnico José Roberto Guimarães, que buscava o tricampeonato olímpico consecutivo, conquistou, conquistou, nos últimos quatro anos, apenas os Grand Prixs de 2016 e 2017 – a competição depois mudou de nome e agora se chama Liga das Nações (VNL). E terminou com um decepcionante sétimo lugar no Mundial de 2018.

Zé Roberto não conseguiu fazer a renovação. Diante da enxurrada de dispensas no início da temporada de seleções, há um ano, ele acabou convocando Fabiana e Sheilla para o grupo.

Sheilla voltou a falar sobre a falta de renovação no vôlei feminino Brasileiro. Ela já tinha dito, em conversas anteriores, que o Brasil – não só a seleção, mas os clubes da Superliga – precisa voltar a jogar com mais velocidade, já que as demais seleções se modernizaram a passaram também a jogar muito rápido.

–  A geração mais nova parece que não está preparada para decepções. Culpa os pais, a sociedade… Difícil achar um culpado. É até um desafio meu com as minhas filhas. Quero prepará-las para cair e levantar mais fortes ainda. Acho que é uma geração muito imediatista, que quer tudo da noite para o dia. As coisas não são assim. Vive num mundo falso, de rede social, onde só se posta coisas boas, viagens, só as coisas positivas e isso gera uma expectativa muito grande nos jovens, de que a vida vai ser fácil. E aí, a primeira decepção que tem vira o fim do mundo. Acho que os pais têm de preparar seus filhos para a decepção. Os primeiros “nãos” têm de vir de dentro de casa.