O “bravo” Karpol pode entrar no Guiness
Técnico de 82 anos segue na ativa na Rússia
Para muitos, o nome Nikolai Karpol remete imediatamente para gritos, broncas homéricas e cobranças. Assim o enérgico treinador comandou durante anos a seleção feminina da Rússia. Quantas e quantas vezes as câmeras de TV flagraram jogadoras chorando após os berros do comandante. As levantadoras, coitadas, eram alvos constantes. Não foram poucas os casos de brigas públicas de atletas reclamando do tratamento recebido. Ele sempre garantiu, porém, nunca ter xingado as comandadas. E, é justo dizer, é tratado como um dos melhores de todos os tempos na Rússia.
Aos 82 anos, Karpol pode entrar no Guiness, o livro dos recordes. Segundo a agência de notícias russa Tass, Stanislav Shevchenko, dirigente da federação de vôlei da Rússia, confirmou que a entidade enviará a solicitação após Karpol completar 51 anos de trabalho à frente do Uralochka.
O tradicional time feminino russo começou a ser comandado por Karpol em 1969. A Federação já começou a separar a documentação para comprovar o “vínculo” do treinador com o Uralochka por mais de cinco décadas.
Sob o comando de Karpol, a equipe venceu 25 vezes o campeonato local: 11 ainda na época da União Soviética e mais 14 já como Rússia. Ele soma ainda na carreira dez conquistas da Champions League
Pela seleção, ele conquistou o ouro olímpico em duas ocasiões: 1980, em Moscou, e 1988, em Seul. Foi também campeão mundial em 1990, três vezes vencedor do Grand Prix, entre outros torneios.
Durante um período, no fim da década de 1990, Bernardinho ganhou por aqui o apelido de “Karpolzinho”, por se exaltar em momentos dos jogos com as atletas.