Leal compara treinos de Cuba, Civitanova e Seleção
Em live com o Web Vôlei, Leal diz que sentiu muito o ritmo forte da Seleção, no início
Em live no Instagram do site do Web Vôlei (www.webvolei.com.br), na quinta-fieira (28.05) à noite, o ponteiro do Civitanova (ITA) e da Seleção Brasileira, Leal, 31 anos, 2,01m, respondeu uma pergunta feita pelo amigo e ex-companheiro de clube Bruninho – o levantador deixou o time italiano para defender o EMS Taubaté Funvic na próxima temporada – na qual pede para que o atacante cite as diferenças em relação aos métodos de trabalho de Cuba, Itália, Civitanova e Brasil e qual ele acha o mais próximo do ideal.
– Cuba é um treino mais agressivo, basicamente saque, ofensivo. Aqui no Brasil (no Sada/Cruzeiro) é que eu senti que comecei a jogar voleibol de verdade, onde cresci muito nos fundamentos, principalmente na recepção. Foi no Brasil que aprendi a passar. Quando eu cheguei à Itália, há dois anos, eu praticamente já dominava as funções, mas tive de aumentar o meu nível em todos os fundamentos. Onde eu senti uma diferença muito grande foi na Seleção – conta Leal, que é tetracampeão mundial de clubes – três vezes com o Sada/Cruzeiro e uma com o Civitanova.
O ponteiro revela que o período de treinamento com a Seleção Brasileira, no segundo semestre de 2019, foi desafiador. Leal foi convocado pela primeira vez para defender o Brasil pelo técnico Renan dal Zotto em maio do ano passado, após um longo período de naturalização, que começou em 2015.
O Brasil disputou três torneios principais na temporada de 2019: conquistou a vaga para Tóquio-2020 no pré-olímpico da FIVB, terminou a Liga das Nações na quarta colocação – após uma primeira fase perfeita, perdeu para a Polônia no final six por 3 a 2 e para os Estados Unidos, também no tie-break, na semifinal. Abatido, o time ficou fora do pódio ao ser derrotado novamente pelos poloneses por 3 a 0 na disputa do bronze. A Seleção encerrou a temporada com o título da Copa do Mundo no Japão, em outubro.
– Senti muito os dois primeiros meses da Seleção. Não no jogo, mas no ritmo. Um ritmo altíssimo. Tem de treinar duas horas por dia, dar o seu 100 por cento, todos os dias, a cobrança é grande, do Bruno, principalmente (risos). Eu sentia que tinha de mostrar o meu valor, mostrar o que porquê de eu estar lá. Para mim, foi um desafio. Mas, fui me acostumando. Tenho ainda muito para evoluir. Não gostava de fazer musculação, todo dia brigava com o preparador físico (risos). E, aos poucos fui me adaptando, gostando – conta.
Leal lembra, com carinho, que teve de pagar alguns “trotes” por ser novato na Seleção.
– Não me importava de ajudar, de carregar roupa bola, eu carrego (risos). Na verdade tive de buscar água no jogo algumas vezes – diz.
O ponteiro conta que foi a temporada mais desgastante da sua carreira, juntando a campanha dos títulos da Liga Italiana e da Champions com o Civitanova, em 2019 e, logo em seguida, os compromissos com a Seleção.
– Foi a temporada mais desgastante, porque era o meu primeiro ano com o Seleção e não estava acostumado. Senti que no início, com o Brasil, eu estava muito bem, mas na parte final me senti muito cansado.