Miró fala sobre ação contra Aninha e o futuro do Curitiba
Dirigente deu entrevista ao LANCE! após acusações de Aninha
Em reportagem publicada pelo LANCE!, nesta sexta-feira, Gisele Miró, gestora do Curitiba Vôlei, voltou a ser defender das acusações feitas pela líbero Aninha, nos últimos dias. Ela disse estar tranquila para provar na Justiça que são descabidas as acusações de maus tratos e atrasos salariais, feitas ao entrevista ao Estado de S. Paulo.
– Acho uma injustiça. Uma covardia gigantesca. A discussão com a Aninha tem a ver com o período depois da pandemia. O resto são fatos que ela puxou do passado. Juridicamente, estou super tranquila de que vou ganhar. O que paguei além do contrato, renegociado após a paralisação da Superliga, foi em consideração às atletas. Ajudei o quanto pude – disse Miró.
A ex-tenista garante não compreender as críticas de quem, segundo ela, rasgava elogios ao projeto e já recebeu ajuda financeira da dirigente.
– Dei a ela um laptop, uma televisão e levei uma bola do time para ela treinar durante a reabilitação. A Ana, fisioterapeuta da equipe, a ajudou. Ela teve à disposição o Dr. Álvaro Chamecki, ortopedista que integrou a equipe olímpica do Bernardinho. Não consigo entender o que a motivou a falar tudo isso. Ela, inclusive, teria continuado na equipe se não tivesse feito isso – comentou Miró.
Aninha, hoje com 24 anos, foi contratada em 2016, ainda sem projeção no vôlei nacional, com salário de R$ 750,00 por mês, segundo a reportagem. Com o tempo, ganhou destaque e prêmios de melhor em quadra. Quando o time chegou à elite, a atleta conseguiu um aumento, passando a receber R$ 1 mil. Na última temporada, encerrada antes dos playoffs devido à pandemia do COVID-19, ela, que passou por uma cirurgia no joelho e estava em processo de recuperação, ganhava R$ 3 mil.
O contrato celebrado entre os clubes e as jogadoras abrangia o período entre agosto e maio. Os vencimentos foram pagos até março, além de uma parcela de cerca de 35% do salário em abril. Segundo Miró, várias atletas aceitaram a negociação e entenderam o impacto do coronavírus. Aninha não deu resposta sobre o acordo.
– O que aconteceu é que ela não aceitou o acordo que fiz com as jogadoras quando veio a pandemia. Eu expliquei que parei de receber dinheiro e fiz o que o mundo inteiro fez, que é tentar negociar e ajudar ao máximo. Paguei passagens para todas que eram de fora irem para suas casas. Não entrava mais nada de recurso. Eu já estava ferrada para pagar as minhas contas. Pedi a elas um prazo. Muitas aceitaram. Até a pandemia, estava tudo pago. Tenho como provar. Mas, mesmo após o cancelamento da Superliga, sem jogos, eu me propus a pagar metade do salário de abril. Achei que estava justo diante da situação mundial – falou Miró, que elaborou um dossiê com as informações e apresentou o documento à Comissão de Atletas da CBV.
A dirigente enfrenta dificuldades de captação de verba para manter um time na elite do vôlei. Mas não desiste de manter o projeto para a temporada 2020/2021.
– Estaremos na Superliga. Pretendo não colocar o meu dinheiro nessa temporada. Mostrei o retorno a algumas empresas e elas gostaram, mas veio a pandemia. Estava caminhando a passos largos para fazer um time muito legal. Se não for agora, daremos espaço para novos talentos. Estou muito preocupada com a questão da Aninha, pois me passaram que ela está sofrendo ataques. Se eu a encontrasse, diria: “sinto muito, mas você plantou tudo isso”.
Para a edição 2020/2021, prevista para começar em outubro, a levantadora Bruninha, campeã da Superliga 2018/2019 pelo Itambé/Minas, tem um acerto verbal. Exemplo de longevidade no esporte, a central Valeskinha, ouro em Pequim-2008, segue no elenco, aos 44 anos.