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Entrevista - Praia - Seleção Brasileira - 2 de julho de 2020

Drussyla diz que sonha com ouro olímpico na quadra e na praia


Em live com a amiga e ex-parceira das areias, Rebecca Silva, na última quarta-feira (01.07), a ponteira do Sesc RJ, Drussyla, disse seu maior sonho é ser campeã olímpica não só nas quadras mas também na praia. “E eu penso em ser campeã olímpica na quadra e depois ser campeã olímpica na areia. Aí eu me aposento”, disse a jogadora de 24 anos.

Drussyla e Rebecca foram vice-campeãs mundiais sub-21 no Canadá, em 2012. A ponteira do Sesc tinha 16 anos na época. Hoje, a cearense joga ao lado de Ana Patrícia, na praia, e está classificada para a Olimpíada de Tóquio-2020.

Drussyla, que deixou as areias de vez aos 17 anos, quando foi contratada pelo Rexona (hoje Sesc RJ), vem de duas temporadas irregulares, após sofrer com lesões. Ela vai para a sua sétima Superliga no time do técnico Bernardinho. Em um bate-papo de muitas risadas, Rebecca e Drussyla relembraram histórias antigas e a ponteira não fugiu de temas polêmicos.

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Drussyla e Rebecca em 2012 (Divulgação)

A atacante falou sobre o convívio com as companheiras de time. “Não consigo ser falsa”, e expressou sua opinião sobre quem migra para a praia depois de atuar na quadra: “Tem gente que pensa que “Ah, já não estou mais jogando na quadra, vou pra praia”, como se fosse um esporte menor, que elas sabem dar manchete e toque, então vou para um esporte que teoricamente é mais fácil”. O Web Vôlei acompanhou a live e separou os principais trechos.

INÍCIO DA CARREIRA

Drussyla – Comecei no Fluminense com 9 anos, fiquei lá até os 17 e jogando na praia também e aos 17 fui para o Rio. Eles me contrataram para ser adulta, quinta ponteira, acho que é o meu sétimo ano lá, muito tempo… nem fala, não aguento mais olhar para a cara dos outros (risos), eu falo isso pra ele, eu falo, Bernardo, eu não aguento mais olhar para a tua cara (gargalhadas).

Rebecca Silva – Amo ver os jogos do Bernardo, porque ele faz umas caras. Falo, ele vai matar ela agora, aí a senhora fina, como sempre, finge que nada acontece (risos).

Drussyla – Tem horas que dá vontade de… mas eu respeito. Respeito até certo ponto (risos).

ONDE APRENDEU A JOGAR VÔLEI

Drussyla – Tudo o que o Bernardo me fala, os caras do Fluminense me falavam. Eu aprendo o que é vôeli mesmo, com o pessoal do Flu, o Guilherme, o Hylmer, o Didi, eu jogava com o Didi na praia, então tudo que é de vôlei mesmo, foi com o Fluminense.

Rebecca Silva – Mesmo porque os técnicos do Flu estão na base da Seleção, né.

Drussyla – Então, os caras foram pra Seleção agora, porque tinham um certo preconceito com o carioca. Falavam que carioca é um pouco chato (risos). Aí o povo tinha preconceito, mas a gente ganhava tudo, aí tiveram de aturar (risos) e tiveram de chamar para faze parte da Seleção Brasileira.

FOLGA

Drussyla – Eu tô adorando. Eu nunca tive tempo pra mim. E agora eu decidi saí da casa dos meus pais para eu me conhecer. Minhas amigas falavam muito isso comigo. Eu aprendi muito. Estou amando. Usei a quarentena para deixar a casa inteira em dia, limpei e organizei tudo que tem na casa. Estou amando.

SAUDADE DE JOGAR NA PRAIA?

Drussyla – Eu vou voltar. Um dia eu vou voltar a jogar na praia. Meu objetivo… A gente que é atleta, a nossa vida passa muito rápido. A gente precisa ser ambiciosa. Não deixar subir à cabeça. Mas a gente precisa ter ambição no sentido bem. E eu penso em ser campeã olímpica na quadra e depois ser campeã olímpica na areia. Aí eu me aposento.

Rebecca Silva – Tranquilo. Essa questão da pandemia está complicado na quadra, né, porque a gente da praia já está classificado (Rebecca Silva/Ana Patrícia e Duda/Ágatha já estão classificadas para os Jogos de Tóquio). Mas na quadra ainda tem muita coisa para acontecer.

Drussyla – E sendo bem sincera, eu não companho nada. Se me chamarem eu vou. Mas parar pra assistir, parar pra ler, eu não tenho esse costume.

Rebecca Silva – Eu também não. Até porque, como a praia já está definido, eu e a Patrícia estamos focando em parte física e mental e tal.

Drussyla – Tu vai jogar com a Ana Patrícia?

Rebecca Silva – Vou. A gente não classificou junta, gata? (risos). Drussyla, você está pior do que eu (risos). Tá só no karaokê, cuidando de cachorro. Eu estava perguntando da praia porque muitos atletas agora estão querendo ir pra praia. A gente fez esse jogo lá contra a Mari e a Paula Pequeno e é bem difícil e a adaptação. Mas pra ti vai ser mais fácil porque já jogou.

Drussyla – É outro esporte, pelo amor de Deus.

Rebecca Silva – É pesado. Quem nunca teve a convivência na areia, passa mal, viu.

Drussyla – Sabe o que eu acho? Eu não consigo não falar. Não me leve a mal. É o meu jeito. Tem gente que pensa que “Ah, já não estou mais jogando na quadra, vou pra praia”, como se fosse um esporte menor, que elas sabem dar manchete e toque, então vou para um esporte que teoricamente é mais fácil, mas cara, é muito mais difícil. A preparação físico, a visão de jogo… Quem não tem visão de jogo não jogo não joga vôlei de praia. Jogar joga, que qualquer um joga, mas jogar bem para estar no pódio não joga não. Eu acho. Elas, as que querem sair da quadra e ir pra praia, tem de ir mais jovem. É a minha opinião. Não como a segunda opção. É um esporte totalmente diferente.

Rebecca Silva – Na areia você tem de estar no alto nível o tempo todo. E realmente tem gente que acha que é só chegar e jogar. Mas, como você falou, tem gente que tem os seus objetivos, quer tentar, então, cada um com os seus…

Drussyla – Um dia eu volto (pra praia). Vou comer muita areia ainda.

QUARENTENA

Drussyla – Eu realmente não estou com saudade de jogar vôlei porque estou conhecendo outras coisas, aproveitando uma vida que eu nunca aproveitando. Tenho curiosidades além do vôlei.

AFRONTES

Drussyla – É o meu jeito. Eu odeio que faltem o respeito com as pessoas. Aí eu viro bicho. É o meu jeito.

CONVÍVIO COM AS COMPANHEIRAS NO SESC

Drussyla – Acho que hoje em dia todo mundo entende o meu jeito. Sou mais na minha. Seu eu tiver de falar, vou falar, então todo mundo entende. As que não gostam, não ficam perto. Não tem essa de tipo “ah, não gosto de o você”. Tem, tem, né. Mas não falam. Se eu não gosto da pessoa eu não consigo… Não consigo ser falsa… Convivo. Mas não consigo ser falsa.