Tandara sobre a China: “Infelizmente me prejudiquei profissionalmente”
Na segunda parte da live da oposto Tandara no Instagram do Angels Voley (confira aqui a primeira parte da matéria publicada sexta-feira pelo Web Vôlei), a jogadora, que vai trocar o Sesc RJ pelo Osasco Audax/São Cristóvão Saúde, fez um balanço do último ciclo olímpico.
Depois de ter sido cortada da Olimpíada o Rio-2016, Tandara voltou com tudo em 2017 e foi o destaque do Brasil na conquista do Grand Prix. No ano seguinte, no entanto, fez apenas uma campanha regular. Em 2018/2019, sofreu uma lesão grave na China, da qual só se recuperou completamente em abril de 2019.
Sofreu uma lesão no abdomen e só conseguiu defender o Brasil – ainda assim improvisada como ponteira – na disputa do Pré-Olímpico, em agosto, quando a Seleção venceu a o Azerbaijão e a República Dominicana no sufoco, com triunfos por 3 sets a 2 e garantiu vaga em Tóquio-2020.
A própria Tandara admitiu que ter ido jogar na China na temporada 2018/2019 representou crescimento pessoal, mas não foi uma boa opção profissional. No Sesc, ela voltou a ficar afastada por quase 20 dias por conta novamente da lesão abdominal.
Confira, abaixo, alguns trechos da live:
ROTINA NA QUARENTENA
Não estou me dando o luxo de ficar até 9h na cama, porque quando tudo voltar, vou der de acordar às 7h. Estou procurando ter uma rotina para quando eu voltar não ficar tão corrido e tão desesperador.
CICLO OLÍMPICO
Fiz de um 2017 muito bom… Sei que 2018 foi muito abaixo e em 2019 eu optei sair, ir pra China, e infelizmente me machuquei, me prejudiquei profissionalmente. Mas, pessoalmente, foi um ano de muito crescimento. Cresci mais como pessoa do que como atleta. Hoje estou cercada pessoa por pessoas que me ajudam.
CHORO EM 2017 (DESABAFO APÓS O GRAND PRIX POR SER COMPARADA COM A SHEILLA)
Sempre me comparavam com a Sheilla. Nunca vai existir outra Sheilla, claro. É complicado… a Sheilla jogava em outro time… Ali eu chorei de alívio, de felicidade, para mostrar para mim mesma que eu era capaz. Eu sabia que eu podia fazer mais. Eu sabia que eu podia fazer. Eu orava todos os dias: “Deus, me dá força e discernimento para lidar com todas as situações”. Ali eu me libertei. Preciso jogar e vou jogar. Sei da minha responsabilidade. As pessoas que me conhecem sabem que eu penso que sou foda, que eu penso que sou a melhor atacante do Brasil, eu tenho esse pensamento. Se eu não pensar, quem vai pensar? É a minha primeira motivação. Se eu estou feliz comigo hoje? Não tô feliz. Confesso que posso fazer mais. A cada dia e a cada treino vou me superar cada vez mais.
TEMPORADA NO SESC
A temporada que eu mais ganhei Vivas Vôleis foi em Campinas, 8. No Sesc, nesta temporada, eu ganhei 6. Me sinto muito feliz. Sinto uma sensação de trabalho realizado. Esse ano, na Copa Brasil eu fiz 40 pontos. No outro dia, eu não conseguia levantar. Eu sentia dor em músculos do meu corpo que eu nem sabia que existiam. Mas isso só foi possível com a ajuda de quem estava do meu lado. Sei que não sou uma jogadora habilidosa. Meu objetivo é o mesmo da minha companheira do lado, que é a vitória.
PARALISAÇÃO DA SUPERLIGA
Foi surreal. A gente jogou o último jogo em Valinhos e os playoffs já começavam na terça, contra o Minas. Era sábado e tinha jogo em Osasco. A gente tinha treino na Urca. Cancelado, ninguém vai treinar. E a gente começa a ver notícia. Acabou na melhor hora do campeonato. E logo depois parou o mundo, adiou a olimpíada, fechou fronteira, mandou ficar em casa, usa máscara, não pode sair, fecha comércio… e eu confesso de verdade que estou bem ansiosa. já tem quatro meses que a gente está em casa. Estou em desespero, quero treinar. Eu reclamava, queria um tempo para descansar, mas já não aguento mais, já arrumei tudo em casa. Quero voltar. E sei que isso vai demorar ainda.
SELEÇÃO DE TODOS OS TEMPOS COM TANDARA DE TITULAR
Fabi de líbero; uma levantadora que queria muito ter jogador e não joguei, que foi a Fofão; no meio a Fabiana, que eu gosto muito muito, mas também Valeskinha, jogou muito e defendeu muito bem a Seleção; ponteiras, Jaque é uma jogadora que faz toda a diferença principalmente no fundo de quadra, bem completa. Virna é a outra ponteira. E na minha inversão, Fernanda Venturini e Elisângela.
UMA ALGOZ NA CARREIRA
Ainda peguei a Gamova, um pirulitão de 2 metros e pouco, ela era complicada.