Virna não vê problema em convocação de Tifanny para a Seleção
Desde o ano passado o assunto Tifanny na Seleção Brasileira feminina divide opiniões no vôlei nacional. Muitos defendem a presença da primeira transexual a jogar na Superliga entre as mulheres, enquanto outros tantos contestam a participação dela, tratando a diferença para as companheiras como desigual.
Quem falou sobre o tema, na véspera do Natal, foi a ex-atacante Virna. A medalhista olímpica de bronze esteve em um evento em Teresina, capital do Piauí, e não vê problema em Tifanny ser convocada por José Roberto Guimarães.
– Quem tem que resolver isso é o Zé Roberto. Quem somos nós para julgá-la? Se ela é uma atleta aprovada para jogar como mulher no cenário feminino, eu não vejo problema dela ser convocada. Agora, quem decide e vai analisar é o Zé Roberto – disse Virna, em entrevista publicada pelo Globo Esporte.
Tifanny apareceu com destaque na última Superliga defendendo Bauru. A força física e a potência de ataque a colocaram rapidamente no topo entre as principais atacantes do país. A repercussão foi instantânea e os questionamentos a Zé Roberto aumentaram.
Meses atrás, a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) criou um grupo de estudos sobre a presença de atletas transgênero. A intenção é analisar as atuais regulamentações sobre o assunto e, se necessário, alterá-las.
Entre especialistas da área médica, uma das principais dúvidas sobre o tema é a mensuração mínima de testosterona no organismo. Como são poucos casos no vôlei, faltam critérios de comparação para uma análise mais concreta.
Na atual Superliga, Tifanny começou na reserva do Sesi Bauru, após a chegada da italiana Diouf. O técnico Anderson Rodrigues, aos poucos, começou a escalar a dupla junta, usando a brasileira na ponta. Nos últimos jogos antes da pausa para as festas de fim de ano, Diouf se lesionou e viu Tifanny passar a atuar em sua posição original, na saída de rede, destacando-se na pontuação.