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Praia - 6 de setembro de 2020

Debate sobre a arbitragem no vôlei de praia

Mais um capítulo da Academia do Voleibol, neste sábado


A 35ª edição da Academia do Voleibol, neste sábado, contou com um seminário online sobre o cenário mundial da arbitragem no vôlei de praia com um convidado internacional: o português José Casanova, secretário da Comissão de Arbitragem da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).

A palestra contou com mediação da árbitra internacional e membro da Comissão de Arbitragem da FIVB, Maria Amélia Villas-Bôas. No bate-papo
, Casanova resumiu o funcionamento das estruturas de arbitragem internacional, qualidades esperadas dos apitadores de nível mundial e comentou sobre as principais dúvidas relacionadas à profissão.

– Existem aspectos essenciais na competência dos árbitros internacionais que estão relacionados com a parte técnica. Mas olhando para aquilo que faz um árbitro ser de elite, existem competências sociais, humanas e éticas. Competências que estão integradas à personalidade. Os árbitros de sucesso são pessoas que precisam ter esse conjunto de técnica, social e humana – declarou Casanova, que completou.

– E existem pontos complementares como boa condição física, que permite estar bem em situações de estresse, de partidas longas e desgastantes. O domínio gestual, linguagem corporal, domínio do inglês, tudo isso também é fundamental no exercício da função nos dias de hoje. Quando sabemos explicar a razão de nossas decisões, os atletas ficam muito mais abertos para aceitar e acatar a decisão dos árbitros – destacou.

Casanova iniciou carreira como árbitro de voleibol, mas migrou para a arbitragem do vôlei de praia em 1993, participando em diversas edições dos Jogos Olímpicos. Em 2001, assumiu posição de comissário de arbitragem da FIVB. Ele também participou ativamente da revolução da tecnologia na arbitragem, com a chegada do árbitro de vídeo, que foi sendo ajustado até encontrar o formato ideal.

– O árbitro de vídeo não pode ser o árbitro de quadra ao mesmo tempo. É preciso que seja alguém separado, distante das emoções da partida e que possa apontar a correção da marcação. E a questão da experiencia e especialização. Alguém que realiza essa função tem que ter treinamento específico. Conseguimos aprovar isso e realizar cursos – declarou.

Casanova também destacou a qualidade técnica da arbitragem brasileira, lembrando que o Circuito Brasileiro de vôlei de praia é responsável por ‘testar’ muitos profissionais que posteriormente se consolidam nos torneios internacionais.

– O Brasil possui um torneio nacional de nível elevado, muitas vezes mais elevado que alguns torneios do Circuito Mundial. Claro que não existe a demanda do inglês e algumas questões de tecnologia, mas os profissionais brasileiros são solicitados para contribuir nos mais elevados níveis de competições mundiais. O Brasil provavelmente está no mais alto nível – destacou.