Coluna: A essência do trabalho de Horácio Dileo
São nove anos de trabalho no vôlei brasileiro. Minas, Maringá e, nas últimas cinco temporadas, Vôlei Renata. Em todos este tempo, Horácio Dileo não perdeu sua essência. Pelo contrário. O argentino consolidou no Brasil sua forma de trabalhar, seus pilares, sua maneira de enxergar o vôlei, a forma de gerir um elenco, ou, como gosta de dizer, o lado humano.
Não é de fazer média. Também não esconde a insatisfação quando desaprova uma situação. Pontua o motivo ao interlocutor e segue em frente. Ele diz que não é chato. Mas sim “chato pra caramba”. E assim Horácio ganhou o respeito de quem trabalha ou trabalhou com ele e também de quem foi apenas adversário.
Um dos mantras é: “o que importa é humildade e trabalho”. O título paulista, inédito em 11 anos do projeto de Campinas, ao superar o poderoso EMS/Taubaté, não muda a filosofia do treinador. Ele não se permite “subir no salto alto”. Mas não o impede de ter a ambição de querer mais. E fazer o elenco comprar a ideia.
– Temos time para brigar com todos – me disse Horácio, antes de entrar em quadra no Abaeté e vencer o Estadual.
Tal certeza vem do dia a dia de trabalho no Taquaral. Segundo o argentino, o Vôlei Renata “tem uma ideia de identidade e não muda o planejamento por conta de um resultado”. A rotina não é alterada ganhando ou perdendo.
É assim que ele tem feito o elenco acreditar ser possível desbancar mais vezes os favoritos Sada Cruzeiro e EMS/Taubaté. Ter mais grana ou menos grana não é muleta para Horácio. Segundo ele, o Vôlei Renata “sabe o que quer”.
– Temos de mostrar nosso padrão, nossa ideia. Queremos ser um time que mostre ao adversário que terá de fazer mais do que o normal para nos vencer.
Pelas exibições no Paulista, é bom não duvidar.
Por Daniel Bortoletto