Defesa de Ary Graça contesta ações da Operação Desmico
Advogados do presidente da FIVB divulgaram nota oficial na tarde desta sexta-feira
Nesta sexta-feira, os advogados Fernando Thompson e Marcos Thompson, que defendem Ary Graça, divulgaram uma nota oficial contestando as ações da Operação Desmico, deflagrada na véspera.
Eles destacam que o atual presidente da Confederação Brasileira foi “devidamente investigado a fundo pelo Ministério Público Federal do RJ e pelo Ministério Público Estadual do RJ, ao longo de 4 anos, sem encontrar qualquer ilegalidade”.
As investigações começaram em 2014, após uma série de reportagens publicadas pela ESPN. Após cinco anos da instauração do inquérito, o Grupo de Atuação Especializada do Desporto e Defesa do Torcedor (GAEDEST/RJ) pediu o arquivamento, ao concluir que não houve crime, em 2019.
Segundo a força-tarefa da Operação Desmico, os mandados de busca e apreensão realizados na quinta-feira representam um pedido feito pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), no início de abril de 2019, antes da decisão de arquivamento feito pelo GAEDEST.
Veja a íntegra da nota oficial da defesa de Ary Graça:
“A busca e apreensão realizada ontem, na casa do Dr. Ary Graça, foi apoiada em fatos descritos no relatório da CGU, elaborada em 2014, devidamente investigados a fundo pelo Ministério Público Federal do RJ e pelo Ministério Público Estadual do RJ, ao longo de 4 anos sem encontrar qualquer ilegalidade, confirmando a efetiva prestação dos serviços pagos, ausência de superfaturamento ou qualquer outro crime. O Dr. Ary Graça segue à disposição, ainda que para esclarecimentos já prestados, o que reforçará seu interesse em confirmar sua conduta dentro da legalidade e permitirá que o vôlei brasileiro siga escrevendo uma história de conquistas, como fez nas últimas décadas.
Cumpre esclarecer que a mencionada busca e apreensão, foi requerida pela Polícia Civil em maio de 2019, deferida somente em fevereiro de 2020 e realizada cerca de dois anos após, em maio de 2021. No momento da busca e, o apartamento do Dr. Ary Graça estava fechado e vazio, já que ele mora fora do Brasil há mais de oito anos, por motivo profissional. Foi necessário o arrombamento por chaveiro, porém, sem o acompanhamento de uma testemunha, em violação ao disposto pelo artigo 245, §4º e §7º do Código de Processo Penal, como comprovam as imagens das câmeras de segurança do edifício. Quanto às acusações, misturam fatos envolvendo o ex-prefeito de Saquarema e outras pessoas, com o que foi descrito no relatório da CGU, elaborado em 2014, portanto, há mais de sete anos. O aludido relatório é agora utilizado pelo Ministério Público Estadual do RJ, para servir de base à acusação de organização criminosa e furto qualificado.
Todos os fatos descritos no relatório já foram investigados pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DO RJ (Notícia de Fato nº 1.30.001.000221/2015-78), que não identificou qualquer crime no âmbito federal. O MPFRJ, então, encaminhou a notícia de fato, para o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DO RJ, que determinou a instauração de inquérito policial, pela POLÍCIA CIVIL DO RJ (Inquérito Policial nº 911-00236/2015 – Delegacia de Defraudações), que investigou e conclui pela inexistência de irregularidades ou crimes. A investigação policial durou cerca de 4 (quatro) anos, período de tempo em que foram ouvidas inúmeras pessoas, oficiado a diversos órgãos, entidades e instituições e, ao final, foi determinado o arquivamento pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO RJ(GAEDEST), homologado em maio de 2019, pelo Juiz da 37ª Vara Criminal da Capital do RJ (Proc.0244300-02.2016.8.19.0001).
Dr. Ary Graça é presidente da Federação Internacional de Vôlei desde o ano de 2012, estando afastado da CBV desde 2013, onde realiza um trabalho de excelência, tendo sido reeleito em 2016 para mandato até 2024. Sua atuação na presidência da entidade é constantemente elogiada com recebimento de prêmios e contribui de forma destacada para o crescimento do voleibol ao redor do mundo, apresentando resultados tão expressivos como aqueles conquistados enquanto esteve no comanda da CBV, quando tornou o Brasil a maior potência do vôlei mundial, com mais de 20 medalhas olímpicas”.