Itapema: Com vitórias no qualifying, Brasil tem 14 duplas
No primeiro dia da etapa de Itapema do Circuito Mundial, duplas brasileiras conseguiram dez vitórias em 12 jogos
Arquibancadas movimentadas, muita emoção e vitórias brasileiras. Assim foi o dia de estreia da etapa quatro estrelas do Circuito Mundial de Vôlei de Praia 2021 em Itapema (SC). Nesta quarta-feira (10.11), a competição teve início com a disputa do qualifying, fase classificatória para os times de menos pontos no ranking mundial. Após 33 jogos disputados, 16 parcerias (oito de cada gênero), conseguiram uma vaga entre as melhores equipes no torneio principal.
O saldo brasileiro em Itapema foi positivo, das nove duplas que iniciaram o dia, seis se classificaram, aumentando para 14 o número de times do país sede na fase de grupos.
O evento acontece na altura da rua 307, em Meia Praia, e conta com a presença de público na arquibancada, limitada por decreto municipal, a 70% da capacidade. O acesso é gratuito, mas os torcedores precisam apresentar carteira de vacinação comprovando esquema vacinal completo ou laudo negativo de exame PCR de até 72 horas ou de teste antígeno de até 48 horas antes do evento.
No torneio masculino de Itapema se classificaram Arthur Lanci/Pedro Solberg (PR/RJ) e Oscar/Saymon (RJ/MS). Entre as duplas femininas quem avançou foi Carol Solberg/Bárbara Seixas (RJ), Taiana/Hegê (CE), Tainá/Vic (SE/MS) e Andressa/Vitória (PB/RJ). Estas equipes juntam-se às demais parcerias do Brasil já garantidas na fase de grupos pelo ranking: Evandro/Álvaro Filho (RJ/PB), Alison/Guto (ES/RJ), André/George (ES/PB), Vitor Felipe/Renato (PB), Talita/Rebecca (AL/CE), Ágatha/Duda (PR/SE), Maria Elisa/Fernanda Berti (RJ) e Elize Maia/Thâmela (ES).
– Muito bom sentir a energia da torcida, eles nos apoiando no momento difícil. Foi muito bom. Dois jogos difíceis, pegados. No primeiro jogo, acho que a gente conseguiu controlar bem o nervosismo no segundo set. Contra o time da Inglaterra, um time muito bom, um time jovem que tem um bom controle de bola, eles têm uma estratégia boa de mexer bem no passe, sacaram bem, mas a gente conseguiu dominar e, no finalzinho, o Saymon fez a diferença no bloqueio, que foi o crucial para a partida ser definida para a gente – disse Oscar.
– Eu me sinto jogando uma etapa do Circuito Brasileiro. A energia da torcida brasileira é diferente, e poder ver pessoas conhecidas, que gostam da gente, nas arquibancadas é muito bacana, motiva muito durante o jogo. Esta é uma oportunidade muito grande para o nosso time, e poder avançar para a competição principal é incrível. Ainda tem muito chão pela frente – falou Tainá.
A partir desta quinta-feira (11.11), no torneio principal de Itapema serão 32 duplas masculinas e outras 32 femininas divididas em oito grupos com quatro integrantes. O primeiro colocado de cada grupo avança direto às oitavas, enquanto os segundos e terceiros participam da repescagem. Da repescagem em diante os jogos são de eliminatórias simples até a decisão, neste domingo (14.11).
As partidas do Circuito Mundial em Itapema contarão com a transmissão ao vivo e on-line do canal Beachvolley Wolrd no YouTube.
Samuel, de boleiro a protagonista em dois anos
Entre todos os atletas brasileiros na disputa em Itapema, um tinha emoções afloradas além do corriqueiro frio na barriga antes da estreia. O jovem Samuel, de 19 anos, jogou pela primeira vez uma etapa do Circuito Mundial. Ao lado de Nicolas, que também tem 19, o atleta entrou em quadra com apoio massivo da torcida. Nascido e criado na região o jogador pode entrar em quadra em casa e aproveitou cada momento. No primeiro desafio do dia, contra os russos Bakhnar e Samoday, eles venceram por 2 sets a 0 (21/18 e 21/18).
Mais tarde, a alegria de vencer logo na estreia deu lugar a uma certa frustração, mas com sensação de grande aprendizado. Na segunda rodada do qualifying, Samuel e Nicolas foram superados pelos espanhóis Huerta e Jiménez, por 2 sets a 1 (21/16, 17/21 e 16/18). Apesar da tristeza pós-jogo, Samuel avaliou bem a participação da dupla em Itapema. O atleta relembrou que, nas outras duas vezes que o Circuito Mundial passou pela cidade do litoral catarinense, em 2018 e 2019, ele tinha participado do lado de fora das quadras como boleiro.
“Sendo bem sincero, acho que o menino de 2018 e 2019 sonhava muito em estar aqui, mas não acreditava que chegaria tão rápido. Ter tido essa experiência foi incrível. Foi sensacional jogar com o público, em casa, nessa arena lotada. Fico triste pela derrota, mas muito feliz pelo que a gente vem trilhando ao longo do nosso caminho. Uma derrota no detalhezinho, dois pontos de diferença, fica a sensação de que dava, mas a gente não pode deixar de ser grato por tudo que já conquistou”, contou Samuel.