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Coluna - Superliga - 12 de janeiro de 2022

Faltou empatia ao Dentil/Praia Clube

Uma análise de Daniel Bortoletto sobre o jogo que não deveria ter acontecido


Foi disputado nesta terça-feira o jogo que não deveria ter acontecido: Pinheiros x Dentil/Praia Clube. Entre tantos adiamentos na Superliga neste início de ano, um a mais não faria nenhuma diferença. E, neste caso, teria mostrado um sentimento em falta na humanidade como um todo: empatia.

Para quem não acompanhou, um breve resumo. O Pinheiros teve nove casos de coronavírus nas últimas duas semanas. Pediu o adiamento do jogo, mas não se enquadrou nos dois critérios possíveis pelo atual regulamento: quatro jogadoras positivadas ou duas levantadoras positivadas dias antes do jogo. O Praia não aceitou abrir uma exceção e atender o pedido do rival.

Sem opção, o Pinheiros entrou em quadra nesta terça. Sete das novas contaminadas (Edinara, Rose, Carol Grossi, Gabi Martins, Alexia e Vitória) cumpriram o isolamento previsto e voltaram a treinar. Algumas na véspera do jogo, inclusive. Rose, por exemplo, foi obrigada a jogar já que era a única levantadora à disposição de Reinaldo Bacilieri. Algumas titulares não foram utilizadas. Outras pouco jogaram. Segundo relatos do Sportv, atletas chegaram a perder três quilos e não tinham condições de jogo.

O duelo foi quase o cumprimento de uma obrigação. O Praia, líder e favorito, venceu por 3 a 0, sem muitas dificuldades. O regulamento foi seguido, é verdade. Mas não caberia uma exceção, pensando no lado do ser humano e não apenas na competição?

Mais perguntas: Será que o Praia se colocou no lugar do Pinheiros ao analisar a situação? Se um dia o Praia estiver do outro lado, será que terá a compaixão do adversário?

Por fim, uma informação divulgada pelo Uol na semana passada. O Praia não testou todas as atletas na volta das festas de fim de ano. Testes só acontecem caso alguma delas tenha sintomas. E, para deixar claro, não existe no regulamento da Superliga a obrigação dos testes.

Com o avanço assustador da ômicron mundo afora, a importância da testagem aumentou. Faria mal testar o elenco? Não! Correu o risco de ter alguém assintomática jogando? Sim!

Talvez, por conta disso, as jogadoras do Pinheiros atuaram de máscara ontem. Empatia!

Por Daniel Bortoletto