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Destaques - Praia - 8 de fevereiro de 2022

CBV e atletas do vôlei de praia em mais um embate

Encontro entre entidade e atletas aconteceria hoje no Rio, mas acabou não sendo realizado


Mais um capítulo triste na queda de braço entre Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e atletas de vôlei de praia. Nesta terça-feira, um grupo formado por Ágatha, Bárbara Seixas, Carol Solberg, Maria Elisa e Oscar seria recebido por dirigentes na sede da entidade, no Rio de Janeiro, para debater as mudanças no Circuito Brasileiro. Mas o quinteto levou também integrantes da Comissão de Atletas de vôlei de praia. A “surpresa” não foi aceita pela CBV e a reunião não aconteceu.

Cada lado publicou uma nota oficial sobre o acontecido. No Instagram, os atletas ainda gravaram um vídeo, lamentando ter encontrado a “porta fechada” na sede na entidade.

NOTA OFICIAL DOS ATLETAS

“A porta da Casa do Vôlei estava fechada. Foi o que encontramos hoje, terça, 8 de fevereiro, ao nos dirigirmos até a CBV para uma reunião que deveria ser com os atletas. O gesto grita. A porta fechada na cara dos atletas é o que temos encontrado desde dezembro, quando a Comissão dos Atletas, representativa de mais de 92% dos mesmos, se posicionou contra as mudanças para as quais não foram ouvidos, apesar de várias tentativas. Deixar de jogar nos machucou mas nos fortaleceu. Infelizmente nem todos entenderam que era por todos e para todos. Paciência. Durante 1h ficamos esperando na porta da CBV. No lugar do diálogo, depois desse tempo, um representante do JURÍDICO da CBV foi enviado para comunicar que “não aceitariam a comissão”. O representante da entidade na área, gerente do vôlei de praia, sequer foi capaz de se apresentar. O descaso com as pessoas que estão trabalhando dia e noite por nós atletas já passou de todos os limites. Ressaltamos mais uma vez que a Comissão de Atletas é, por natureza e representatividade, o coletivo que fala pelos atletas, não sendo cabível a intransigência e não havendo qualquer razão para a desqualificação da mesma por parte da CBV como representante dos atletas, Dessa forma, a CBV se fecha ao diálogo. Qual seria o motivo de separar os atletas nesse momento? Por que atender uns e a Comissão só ser atendida quando eles achassem “pertinente”, como eles mesmos disseram? Seguimos acreditando que o diálogo, com toda a classe representada, é o único caminho de construção. Nesse momento do Brasil e do mundo, de intolerância e onde a busca de consensos através do diálogo é um dos bens mais desejáveis, seguimos firmes em nossos propósitos. Seguimos aguardando a única forma possível de sairmos desse embate, em nome de um bem maior e coletivo: o vôlei brasileiro. E a única forma é conversarmos para nos entendermos. Aguardamos. Queremos diálogo e exigimos respeito.

NOTA OFICIAL DA CBV

“Desde o encerramento das inscrições para a etapa de Saquarema do novo Circuito Brasileiro de vôlei de praia, a CBV recebeu mensagens e telefonemas de diversos atletas e técnicos solicitando conversas sobre o formato da competição. Como não seria possível realizar esses encontros durante a etapa, já que toda a equipe da CBV estava mobilizada para o evento, informamos que as conversas ocorreriam quando a competição acabasse. Assim foi feito e, logo na segunda-feira, a CBV entrou em contato com esses atletas sugerindo uma conversa já nesta terça-feira. A CBV quer manter o diálogo aberto, como sempre esteve, e atender a todos os grupos. É importante deixar claro que esta reunião com os atletas que procuraram a CBV seria apenas o primeiro passo pós-etapa de Saquarema, e de maneira alguma inviabilizaria o contato com outros grupos, como técnicos, parceiros, representantes da mídia e comissões. Isso inclusive foi informado aos atletas convidados, e a Comissão de Atletas tinha conhecimento do fato, já que estava copiada na conversa entre a CBV e a atleta Ágatha. Para nossa surpresa, os atletas convidados – Ágatha, Bárbara Seixas, Carol Solberg, Maria Elisa e Oscar, que receberam o convite e confirmaram presença sabendo o formato e o teor da reunião – chegaram à CBV acompanhados por outros atletas e integrantes da Comissão de Atletas. Embora informado previamente de que esta seria uma conversa entre CBV e atletas, e que uma reunião com a Comissão seria agendada para um outro momento, o grupo exigia a participação de todos, uma postura autoritária e totalmente incompatível com o diálogo democrático no qual a CBV acredita. A CBV preza pela transparência nas trocas e conversas, e lamenta profundamente que essa tentativa de diálogo não tenha sido aceita pelos atletas, já que a maioria solicitou conversas individuais, sem mencionar a obrigatoriedade da presença de qualquer outra pessoa. Na equipe da CBV, temos também ex-atletas que trabalham todos os dias para o desenvolvimento e o crescimento do esporte. Estamos abertos ao diálogo, mas sempre de maneira profissional, sem retaliações ou imposições, e tendo o respeito e a confiança como bases”.

A primeira etapa do Circuito Brasileiro, no último fim de semana, foi boicotada pela maioria dos atletas.