Brasil reage, vira de forma incrível e vai à semi
O Brasil eliminou o Japão na tarde desta terça-feira, de virada, no tie-break, num dos jogos mais emocionantes da temporada
Numa virada incrível, depois de perder os dois primeiros sets e ver a eliminação no Mundial Feminino de Vôlei muito perto, o Brasil reagiu, lutou e venceu o Japão por 3 sets a 2 – parciais de 19-25, 18-25, 25-22, 27-25, 15-13 -, na tarde desta terça-feira, na cidade holandesa de Apeldoorn, para garantir vaga na semifinal. Há exatos quatro anos, por coincidência no dia 11 de outubro de 2018, a Seleção amargava a eliminação para as asiáticas nas quartas de final. E, neste 11 de outubro de 2022, protagonizou uma das vitórias mais bonitas e emocionantes da sua história, com mérito de José Roberto Guimarães, que mexeu bastante no time, contou com a eficiência do banco e contou com a estrela de Lorenne. A oposta brasileira saiu do banco para ajudar na virada histórica.
O Brasil havia sofrido apenas uma derrota na competição até agora, justamente para as japonesas. A equipe verde-amarela vai enfrentar, na semifinal, quinta-feira, a Itália, que se garantiu nesta terça-feira ao derrotar a China, por 3 a 0, também em Apeldoorn. A outra semi será disputada entre Estados Unidos – que se classificou ao bater a Turquia por 3 a 0 – e o vencedor de Polônia x Sérvia. As sérvias são as atuais campeãs mundiais. As semifinais serão transmitidas pelo SporTV e também pelo canal do Web Vôlei no YouTube.
Gabi foi a maior pontuadora do jogo, com 25 pontos. Carol Gattaz, fundamental nos quarto e quinto sets, fez 14. Pelo Japão, Hayashi fez 21. José Roberto Guimarães escalou o time dos últimos jogos com: Macris, Tainara, Carol, Carol Gattaz, Gabi, Pri Daroit e Natinha. Mas, já no primeiro set, com 5 a 1 no placar, e diante do domínio avassalador das asiáticas na partida, ele colocou praticamente todo o banco pra jogar. No entanto, o saque japonês seguia fazendo estrago, enquanto o Brasil não conseguia colocar a linha de recepção rival em dificuldade nem virar a bola.
O side out brasileiro não conseguia virar. O Japão, ao contrário, jogando com o passe na mão, imprimiu seu usual jogo veloz e virava as bolas sem se esforçar muito. Nos dois primeiros sets, o que se viu foi uma aula tática da asiáticas, com um volume de jogo impressionante. No fim do primeiro set, o Brasil tinha cedido 15 pontos em erros contra apenas quatro das adversárias.
No terceiro set, Zé Roberto escalou um time bem diferente do que começou jogando, com: Roberta, Lorenne, Carol, Carol Gattaz, Rosamaria, Gabi e a líbero Nyeme. A equipe começou melhor, ao contrário dos dois primeiros sets, e o Brasil diminuiu os erros. Mais eficiente no ataque, principalmente com Lorenne, que entrou muito bem, o Brasil conseguiu equilibrar o jogo ao menos no ataque. O volume de jogo eficiente das japonesas, no entanto, seguia fazendo a diferença. O Brasil abriu quatro pontos de frente em 18 a 14, mas não teve tranquilidade. As rivais voltaram a encostar em 21 a 23, com um ace. Roberta distribuiu bem, usando mais as centrais e, numa china com Carol Gattaz, o Brasil fechou o set em 25 a 22.
O Japão manteve a tranquilidade no quarto set, atacando com inteligência, nos buracos do bloqueio e abriu 8 a 5, obrigando Zé Roberto a pedir tempo. Mais lúcido no ataque, o Brasil voltou melhor da parada e virou para 9 a 7, mas novamente o saque japonês colocou a recepção brasileira em dificuldade para equilibrar o jogo, empatando em 14 a 14. Daí pra frente, a partida foi equilibrada até o final. O Brasil melhorou muito o seu sistema defensivo para fechar o set em 27 a 25 num bloqueio de Carol Gattaz.
No tie-break, o coração entrou em quadra. Os dois times mostraram muito volume de jogo e muita coragem. Mas foi no ataque de Lorenne, que saiu do banco para mudar a história do jogo, que o Brasil venceu o set por 15 a 13 e o jogo por 3 a 2.