Giannelli
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Coluna - Mundial de Clubes - 11 de dezembro de 2022

Giannelli faz o difícil parecer muito fácil

Daniel Bortoletto escreve sobre a atuação de Simone Giannelli


Simone Giannelli tem arrancado aplausos e elogios de fãs e adversários neste Campeonato Mundial masculino de clubes, em Betim. O levantador do Perugia e da seleção italiana, aos 26 anos, mostra ser um dos mais diferenciados da posição no planeta.

O título desta coluna veio à cabeça durante a semifinal contra o Itambé/Minas. No segundo set, Giannelli fez um levantamento preciso após um passe ruim, com a bola colada à rede, quase espremida na antena. Os dois metros de altura dele certamente ajudaram, mas a precisão do movimento impressionou. Eu estava sentado atrás do ex-jogador sérvio Goran Vujevic, hoje dirigente do Perugia. Ele se levantou para aplaudir de pé o lance de Giannelli. E saibam que ele não fez isso muitas vezes na competição até agora.

Mais cedo, eu havia conversado com integrantes da comissão técnica do Sada Cruzeiro, adversários do italiano Giannelli na última rodada da fase de grupos. E os elogios a ele não passam apenas pelos levantamentos e inteligência na distribuição dos ataques. Bom sacador (sexto melhor do Mundial), com presença no bloqueio e autor de pontos em ataques em bolas de segunda. Não à toa entre os 25 maiores pontuadores do Mundial, com 15 acertos: nove no ataque, dois no bloqueio e quatro no saque.

Então perguntei a ele, após a semifinal, sobre o segredo dele para transformar lances difíceis em fáceis.

– Eu não sei responder. Eu simplesmente desfruto de jogar vôlei. Algumas coisas têm acontecido de uma forma muito boa e fico feliz por estar ajudando meu time. Continuo diariamente me esforçando para melhorar e ser o mais preciso dentro de quadra – disse Giannelli ao Web Vôlei.

Na carreira, ele já coleciona prêmio de MVP de um Mundial e um Europeu  de seleções, além de um Italiano de clubes. Também foi eleito o melhor levantador de várias competições, como o próprio Mundial de Clubes. Questionei Giannelli se ele concorda com a opinião de muitos especialistas que o apontam como o levantador mais completo do mundo.

– Eu não penso muito nisso (ser o melhor), quero sempre poder ajudar o meu time e seguir trabalhando na minha evolução como atleta. Tenho ainda muito a evoluir, pois eu sou muito jovem e posso melhorar bastante o meu jogo. Eu ainda quero seguir crescendo.

Se ele realmente seguir crescendo, adversários do Perugia e da seleção italiana sofrerão bastante.

Por Daniel Bortoletto