
Análise: Equilíbrio mundial ainda não explica tudo no vôlei
Os “medianos” melhoraram e os “grandes” estão inconsistentes. Resolvi usar a tese do capitão Nalbert para iniciar minha análise sobre o equilíbrio no vôlei atual, como prometido, no segundo texto sobre a eliminação precoce do Brasil na primeira fase do Campeonato Mundial masculino.
A definição sobre o cenário do vôlei feita pelo ex-ponteiro e atual comentarista do Sportv me fez refletir. Peguei o recorte das principais competições a partir do fim da pandemia e pesquisei pelos medalhistas na Olimpíada, Mundial e VNL desde então. Em oito torneios disputados de 2021 em diante, oito países ficaram com as 24 medalhas em jogo:
– Polônia: 7 – ouro na VNL de 2025; prata na Olimpíada de 2024; bronze na VNL de 2024; ouro na VNL de 2023; prata no Mundial de 2022; bronze na VNL de 2022; prata na VNL de 2021
– França: 5 – ouro na Olimpíada de 2024; ouro na VNL de 2024; ouro na VNL de 2022; bronze na VNL de 2021; ouro na Olimpíada de 2021
– Brasil: 3 – bronze na VNL de 2025; bronze no Mundial de 2022; ouro na VNL de 2021
– EUA: 3 – bronze na Olimpíada de 2024; prata na VNL de 2023; bronze na VNL de 2022
– Itália: 2 – prata na VNL de 2025; ouro no Mundial de 2022
– Japão: 2 – prata na VNL de 2024; bronze na VNL de 2023
– Rússia: 1 – prata na Olimpíada de 2021 (excluída das competições desde então)
– Argentina: 1 – bronze na Olimpíada de 2021
OUTROS CONSEGUIRÃO FURAR A BOLHA?
Realmente houve uma evolução dos “medianos”, usando a palavra escolhida pelo Nalbert, concordando com ele e mesmo não vendo ainda Eslovênia, Cuba, Alemanha, Bulgária, Sérvia, entre outros, furando a bolha dos pódios neste recorte de tempo utilizado para a análise. Mas nem todos os grandes estão inconstantes, na minha visão. Vejam acima o retrospecto de Polônia e França, principalmente. Elas somam 12 das 24 medalhas em disputa. Estão fora da curva.
Da dupla citada para baixo a inconstância tem realmente existido, incluindo a própria Itália, normalmente “blindada” nas análises por conta do título mundial de 2022. Se o ponto do Nalbert foi dizer que o Brasil está inconstante eu concordo. Foi assim em grande parte da era Renan e segue no reinício da era Bernardinho. Era o gancho ideal para eu entrar em um aspecto técnico para tentar explicar tal inconstância: o saque brasileiro está muito pior do que os demais e isso tem feito a diferença. Mas essa análise fica para o próximo texto.