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Coluna - Seleção Brasileira - Tóquio-2020 - 28 de julho de 2021

Análise: Perdeu feio sim. Mas não é terra arrasada

Análise de Daniel Bortoletto sobre o momento da Seleção masculina


A derrota da Seleção Brasileira masculina para os russos foi impactante mesmo. O placar de 3 a 0, o domínio do adversário do início ao fim, a ausência de reação dos atuais campeões da VNL… Enfim, foi uma das piores atuações coletivas deste time brasileiro em um bom tempo. Em grande parte, por mérito do adversário.

Senti também falta daquele famoso “sangue no olho” ou como bem o Serginho Escadinha definiu na transmissão pela Globo: “o adversário não poder querer mais do que o Brasil”.

Tecnicamente talvez apenas Lucão tenha se salvado, com os nove pontos marcados. Taticamente, as mudanças feitas não surtiram efeito. São mais contras do que prós em uma análise fria do momento.

Enfim, faltou muita coisa na Ariake Arena. A cabeça do torcedor está doendo mesmo, pois esperava-se e ainda espera-se muito mais deste Brasil em Tóquio. A estreia com a Tunísia não foi mais do que OK. Contra a Argentina, o risco de perder era bem grande, até a virada no quarto set acontecer. Há uma expectativa por grandes atuações na defesa do título olímpico pelo simples fato de a performance recente na VNL ter sido muito boa. A Seleção ainda está devendo após três rodadas, é um fato.

Dito isso, é preciso deixar claro que o cenário não é de terra arrasada. Nas redes sociais, as mensagens vão de “a Olimpíada acabou para o Brasil”; “é hora de trocar o time todo, incluindo o treinador”; “fulano e beltrano nunca deveriam estar na Seleção”. Devagar, pessoal!

Competições como a Olimpíada fazem a cobrança aumentar assustadoramente no Brasil. Proliferam termos como “pipoqueiro” e “amarelão”, sem contar os xingamentos e as baixarias nas redes sociais, após cada resultado considerado inaceitável pelo telespectador-torcedor. Infelizmente é assim na “análise” do tênis de mesa, da ginástica, da natação, do vôlei de praia e também do vôlei. Chega a ser irracional, muitas vezes cruel.

A Seleção está nas cordas. Como um bom boxeador, o time de Renan preciso encontrar um espaço, contra-atacar e retomas as rédeas das ações na Olimpíada de Tóquio. E já contra os Estados Unidos, na próxima rodada.

Por Daniel Bortoletto