Anzani sobre problema cardíaco: “Me preocupava com minha família”
O meio de rede da seleção italiana falou sobre os procedimentos realizados
O meio de rede Simone Anzani falou, nesta quinta-feira (20/7), pela primeira vez após precisar de afastar do vôlei para investigar um problema cardíaco. Em nota divulgada pelo Civitanova, o jogador contou o que viveu nas últimas semanas, com incertezas até sobre o futuro como atleta.
No dia 26 de junho, quase um mês após se casar, ele realizou exames de rotina e os resultados apontaram uma arritmia cardíaca. Desde então, Anzani passou por especialistas em busca de uma resposta e ficou fora das finais da Liga das Nações, em Gdansk. Nesta semana, ele recebeu a boa notícia: em 15 dias poderá voltar aos treinamentos.
Confira a entrevista de Anzani:
O que aconteceu quando você estava com a seleção?
– Participei da etapa do VNL na Holanda e fiz as habituais visitas ao Coni (Comitê Olímpico Italiano) no ano pré-olímpico. Arritmias ocorreram durante o teste de esforço. Os médicos me pediram mais exames. Os primeiros passos foram um holter (exame que reproduz graficamente a atividade elétrica do coração em funcionamento) e uma ressonância magnética, mas era preciso investigar mais. A melhor opção era a de uma pequena operação que também poderia exigir ablação (um cateter é inserido em uma artéria da perna e guiado pela artéria até o coração. Assim que o cateter atinge o local alvo no coração, os eletrodos na extremidade do cateter emitem radioenergia. Esta energia irá aquecer e destruir o tecido cardíaco que está causando o ritmo anormal). Correu tudo bem!
Então, o que ocorreu na terça-feira, 18 de julho, na Clínica de Cardiologia de Ancona?
– Começo dizendo que encontrei ótimos profissionais. Aproveito para agradecer mais uma vez ao professor Antonio Dello Russo e à professora Michela Casella, com sua equipe. Também me senti acolhido pelo médico federal Piero Benelli e pelo diretor médico da Lube, Mariano Avio. O primeiro não pôde estar presente, mas conversou constantemente com o médico do clube. Também encontrei a máxima disponibilidade de Armando Gozzini, gerente geral do hospital universitário. Consegui um mapeamento e um estudo eletrofisiológico. Os problemas temidos não foram destacados, enquanto os valores estavam dentro do normal.
Um suspiro de alívio! Quais foram seus pensamentos de 26 de junho até hoje?
– Neste período, muitos pensamentos passaram pela minha cabeça. Antes de ser hospitalizado em Ancona, não sabia exatamente que resultados o estudo poderia dar. Antes de ser esportista, sou marido e pai jovem, me preocupava com minha família e minha saúde, depois obviamente me incomodava com a ansiedade pelo meu futuro no vôlei e a decepção por não poder me juntar aos meus companheiros na VNL. Em menos de duas semanas vou começar a treinar novamente e vou tentar voltar ao meu melhor para ter minhas chances. A vontade de representar a Itália no Campeonato Europeu está mais viva do que nunca.