
Aracaju elogia escola francesa antes de mais uma semifinal
Seis temporadas na França moldaram a visão de jogo do central Aracaju, que procura conciliar qualidade técnica com experiência. Medalhista de bronze com a Seleção Brasileira no Campeonato Mundial de 2022, o jogador de 32 anos é um dos destaques do Tours no Campeonato Francês, com esperança de recuperar a taça da liga local.
Campeão francês em 2022/2023 e vice-campeão na última temporada, Aracaju valoriza os caminhos que construiu desde que saiu da capital do Sergipe para brilhar no vôlei internacional. As raízes e a trajetória são motivo de orgulho para o atleta, que hoje mostra desenvoltura tanto na comunicação quanto nos ataques e nos bloqueios.
“A escola francesa de vôlei é muito forte, tanto que eles são os atuais campeões olímpicos. Eles não erram muito, reconstroem as jogadas em situações difíceis e jogam muito bem no sistema bloqueio e defesa. Aprendi muito aqui”, destaca Aracaju, em entrevista ao Team GM.
O brasileiro espera um confronto equilibrado em busca de um lugar na decisão do Francês. O desafio na semifinal será contra o Montpellier, líder da fase classificatória, que superou o Cannes por 3 jogos a 1. O primeiro confronto da série melhor de cinco acontecerá nesta sexta-feira (25/4), às 15h (de Brasília), fora de casa.
“A semifinal contra o Montpellier será muito difícil. Já fizemos uma disputa de título do Campeonato Francês contra eles duas temporadas atrás e sabemos o tamanho do desafio que nos espera, mas vamos confiantes em fazer uma bela apresentação em busca de mais uma final”, disse o brasileiro.
Parte do elenco do Tours desde 2020/2021, Aracaju reforçou o bom momento que vive ao ser eleito o MVP no duelo que sacramentou a classificação diante do Nice, com vitória por 3 a 2 na terceira partida da série, no último dia 12 de abril.
“Conseguimos a classificação em um confronto muito difícil, afinal é sempre muito complicado jogar fora de casa. Fiquei muito feliz pelo nosso feito e claro, pelo reconhecimento do meu trabalho”, comemora Aracaju.
Antes de chegar ao atual clube, o jogador revelado nas categorias de base do Sesi-SP teve uma passagem pelo Rennes, em 2019/2020.
“Já são seis anos na liga francesa. A cidade aqui respira vôlei. Jogo em uma equipe tradicional da Europa, que está sempre brigando por títulos, tanto na liga francesa, como nas ligas europeias. Isso é uma motivação. Outro fator é que a estrutura do clube é muito boa, o que pesou na minha decisão de construir uma história aqui”, disse o central, que valoriza o apoio de sua equipe de trabalho na adaptação ao país.
“Eu já sabia no meu primeiro ano que a maior dificuldade seria o idioma. Eu já morava longe da família quando eu jogava no Brasil, já estava acostumado com isso, apesar de ser difícil lidar com a saudade de casa. No começo foi um pouco difícil, mas depois, quando comecei a me comunicar em francês, ficou bem mais fácil. Tive todo o suporte que precisava”, afirmou o central.
O próximo desafio contra o Montpellier será uma reedição da final da temporada 2021/2022 e uma tentativa de revanche do Tours, que é comandado pelo brasileiro Marcelo Fronckowiak, diante do rival. No ano passado, Aracaju alcançou novamente a decisão do Francês, mas a taça escapou diante do Saint-Nazaire, então dirigido por Rubinho.