Atleta que estava isolado na Arábia volta ao Brasil com ajuda de jogadores de futebol
O ponteiro Leonardo Amâncio conseguiu carona em voo fretado para retornar ao Brasil
O ponteiro Leonardo Felipe Amâncio, 29 anos, que estava isolado na cidade de Al Duwadimi, na Arábia Saudita, sem voo para voltar ao Brasil por conta do cancelamento dos voos provocados pela crise do coronavírus, conseguiu uma carona providencial.
Segundo o site Globoesporte.com, o jogador do Thahlan Sports Club estava tentando retornar ao Brasil desde que o campeonato local foi cancelado, no início do mês. Sem voos regulares, ele tentou contato com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e com a Embaixada do Brasil no país, mas como as companhias já haviam cancelado os voos para a terra-natal, ele não teria outra opção, senão esperar pela melhora da situação da pandemia em todo o mundo – ou seja, sem previsão de volta.
Leonardo, então, contou com a ajuda de três jogadores de futebol que atuam na Arábia – o volante Souza, ex-Vasco da Gama, atualmente no Al-Ahli, o atacante Romarinho, ex-Corinthians, atleta do Al-Ittihad e o goleiro Marcelo Grohe, ex-Grêmio, também do Al-Ittihad -, para conseguir se livrar do drama. Os três fretaram um avião para retornar ao Brasil com as suas famílias e deram uma carona para o ponteiro no avião. Na semana passada, Leonardo tinha exposto a sua situação em uma matéria publicada pelo Globoesporte.com.
– Essa volta foi muito surpreendente. Chegou uma mensagem no meu celular. Eu não conhecia o número, e o cara falou: “E aí, Leonardo, tudo bem? É o Souza”. Achei que era fake, que era mentira. Foi então que ele me mandou um áudio, conversou, disse que tinha visto a reportagem. O representante do Marcelo Grohe também me procurou. Eles me ajudaram a vir embora. Fiquei muito grato porque foi uma coisa que hoje em dia não é todo mundo que faz. Foi muito bom estar do lado de pessoas que são humildes, que vieram debaixo e venceram, muito gratificante. Eu não parava de sorrir. Foi muito proveitoso o voo dos caras que sempre admirei. Eu já joguei bola também. Fui volante, então sempre admirei o Souza por tudo que construiu dentro do futebol e da carreira dele – disse Leonardo em entrevista ao Globoesporte.com.
O ponteiro elogiou a atitude e o respeito com o qual foi tratado.
– Agradeço ao Souza, que foi quem abriu as portas para mim, o Romarinho, o Marcelo Grohe e seus representantes. Ele eu não conheci pessoalmente, mas ele me procurou. Conversava com o Souza pelo Instagram, mas foi legal poder conhecê-los. Eu desejo tudo de melhor na vida deles. Hoje em dia ser verdadeiro a gente conta no dedo… Tudo que os três fizeram por mim. São pessoas que tiro meu chapéu, bato palma pela humildade, o carinho que me trataram, as esposas, os familiares deles. Não me senti diferente hora alguma, sempre fui tratado com muito respeito e carinho. Continuo orando pela vida deles todos e pela vida de todos que ficaram na Arábia Saudita. Sou um privilegiado – completou Leonardo, ainda em entrevista ao site.
Leonardo também agradeceu o governo saudita, que agilizou sua documentação para que ele conseguisse sair do país.
– Eu me sinto muito bem, me sinto feliz, realizado, porque o governo da Arábia Saudita fez tudo para mim. Em um dia, me deram o salvo conduto, que é o documento para sair de um reino e ir para outro dentro do país, eles fizeram de tudo para me ajudar. Consegui chegar em casa, bem protegido, e já comi um churrasco, um pão de queijo, porque mineiro gosta de um pão de queijo. Estou feliz e torço que os outros brasileiros que estão lá consigam também voltar para casa (em Patos de Minas, no Estado de Minas Gerais) – disse o atacante.
A história de Leonardo foi a público depois que a central Raquel Loff, que estava isolada na Ucrânia, conseguiu retornar ao Brasil após também expor sua situação nas redes sociais. e conseguiu retornar para São Paulo, que motivou Leonardo a procurar a ajuda da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e da Embaixada para conseguir deixar o país.