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Destaques - Tóquio-2020 - 22 de maio de 2020

Bach admite, pela primeira vez, que Jogos podem ser cancelados


Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI),  admitiu, nesta quinta-feira, pela primeira vez que os Jogos Olímpicos de Toquio, que aconteceriam este ano e já foram adiados para o período de 23 de julho a 8 de agosto ano que vem, serão cancelados caso a pandemia do COVID-19 ainda não esteja controlada em 2020.

A declaração foi feita em entrevista à BBC. O dirigente, que até então adotara um discurso otimista em relação à realização da Olimpíada, disse ainda que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, não tem um “plano B”.

– É a última opção. Francamente, entendo isso porque você não pode empregar para sempre 3.000 ou 5.000 pessoas em um comitê organizador. Você não pode mudar todos os anos todo o calendário esportivo mundial de todas as principais federações. Você não pode ter os atletas em incerteza. Você não pode ter tanta sobreposição com os futuros Jogos Olímpicos, por isso entendo essa abordagem de nossos parceiros japoneses – disse Bach.

Na semana passada, o COI lançou um fundo de US$ 800 milhões (cerca de R$ 4,7 bilhões) para cobrir o impacto financeiro causado pelo adiamento da Olimpíada. Segundo especialistas, seria  necessário aproximadamente US$ 3 bilhões (quase R$ 18 bilhões) para compensar os custos do adiamento.

Para cortar gastos, os japoneses cogitam diminuir o percurso e a participação de celebridades e esportistas no revezamento da tocha e até cortar a custos com a cerimônia de encerramento da Olimpíada e a abertura da Paralimpíada.

– Se todos nós aprendemos alguma coisa durante esta crise, é olhar para o essencial e não tanto para as coisas boas de ter. Portanto, essa concentração no essencial deve ser refletida na organização desses Jogos… Não deve haver tabu – disse Bach.