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Fora de Quadra - Praia - 18 de junho de 2023

Benjamin inaugura academia de vôlei nos EUA


Um dos maiores nomes do vôlei de praia nacional entre o final dos anos 1990 e início de 2000, Benjamin se debruçou em um novo projeto na atual fase de sua vida: a academia Brava Brazilian Volleyball, em Naperville, no estado de Illinois, nos Estados Unidos, a cerca de 50 km de Chicago.

O brasileiro é técnico e dono do empreendimento, voltado para a formação de jovens entre 9 e 16 anos. Além dos treinos no dia a dia, a iniciativa também promove camps e clínicas, espécie de cursos rápidos e imersivos.

Benjamin conta que, no momento, pensa apenas em formar atletas, mas não descarta dirigir duplas no futuro e encarar o Circuito Mundial, competição que ele conhece muito bem. Na carreira, foram duas pratas no torneio, uma em 2002 e outra em 2003, além do bronze em 2003 na Copa do Mundo. Outro grande feito do ex-atleta foi a participação nos Jogos Olímpicos de Atenas 20024, ao lado de Márcio.

– Estamos começando agora, então é momento de avaliar onde está a demanda. Imaginamos formar jovens atletas de 9 a 16 anos, mas isso pode mudar com o tempo. Não temos a intenção de entrar no Circuito Mundial, mas podemos reavaliar, se a demanda for grande, e aí, quem sabe, pegar uma dupla para treinar. O problema aqui é que o verão é curto, diferentemente da Califórnia e da Flórida. Por isso, estamos mais focados em formar atletas – conta Benjamin.

O head coach do projeto foca em um perfil médio de alunos, onde o vôlei feminino é quantitativamente bem maior que o vôlei masculino.

– Aqui, predominantemente são meninas. Existem classificatórias para os times escolares e para os clubes, e os pais investem pesado para as crianças desenvolverem seu voleibol. Quase todas as crianças estão associadas a algum clube, e estes clubes preparam as crianças para receberem as bolsas nas universidades. Então, se torna um esporte um pouco mais caro, bem competitivo, pois o desempenho acaba definindo bolsas nas universidades. Estamos começando agora e ainda entendendo o ambiente e a realidade do que move o esporte aqui, mas o tamanho de tudo, inclusive das estruturas físicas, é impressionante – afirma Benjamin.

Encanto pelos brasileiros

Natural de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, Benjamin teve a oportunidade de jogar nos Estados Unidos em 2000, quando foi disputar uma competição no país. Hoje, aos 51 anos, afirma que a região de Chicago é apaixonada pelo vôlei de praia, mesmo com o clima não tão ameno.

– Eu já tinha jogado uma etapa do Circuito Mundial em Chicago em 2000, mas não sabia a dimensão do vôlei na região. Quando percebi a oportunidade de trazer a minha experiência profissional de levar o vôlei para uma região onde ele tem crescido muito e é praticado em todos os lugares, fui atrás. A região de Chicago não deixa a desejar nada para Califórnia ou Flórida, e conta com estruturas indoor imensas e moderníssimas, inclusive de quadras de areia, para driblar o inverno longo e rigoroso – conta Benjamin.

O ex-jogador também vibra com a adesão dos americanos a um projeto liderado por um estrangeiro. Ele destaca que as crianças e adolescentes no local demonstram sede em aprender e valorizam o intercâmbio esportivo.

– Já dei treinos para algumas duplas no Brasil e também participei de alguns treinos no indoor, com Bernardinho e Giovane. O Brasil é visto como referência, tanto na areia quanto na quadra. Os atletas olímpicos são muito valorizados e é natural a transição de jogador para treinador, porque existe na cultura do país um respeito muito grande pela história dos jogadores. As crianças ficam me perguntando quantas horas e quantos dias eu treinava. Essa troca de informações é muito importante para a garotada – encerra Benjamin.