
Bernardinho projeta estreia dura e quer preservar atletas de críticas
Técnico elogia Irã, primeiro adversário na VNL, no Maracanãzinho, e avisa que renovação do Brasil não pode ser uma revolução
Com uma postura cautelosa sobre as expectativas criadas em torno da Seleção Brasileira masculina, o técnico Bernardinho projeta uma estreia difícil na Liga das Nações (VNL), contra o Irã, no dia 11 de junho, às 17h30, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O comandante rasgou elogios ao adversário e deixou claro que blindará os atletas de eventuais críticas sobre a performance neste início de ciclo olímpico.
– Eu tenho uma hashtag de proteção, a hashtag é “#ACulpaÉdoBernardinho”. Em última instância, a responsabilidade é minha. Portanto, qual é a chance de eu me impactar com a crise que vem das redes sociais? Zero – afirmou o treinador, após treino na Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro.
O desafio diante dos iranianos, diante da torcida brasileira, será o primeiro do time verde-amarelo desde a eliminação nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, contra os Estados Unidos. A equipe passa por um período de renovação, com a ausência de lideranças importantes, como Bruninho e Lucão. Além disso, Lucarelli, em recuperação de lesão, não joga a primeira etapa.
– O Irã é um time forte e que tem um treinador extremamente competente, o italiano Roberto Piazza. Eles têm vários jogadores de nível, com alguns campeões mundiais sub-21, e enfrentaram a Itália há poucos dias. Não estiveram nas últimas Olímpiadas, por uma série de questões, mas são um time muito forte – comentou Bernardinho.
O Brasil também enfrentará Cuba, Ucrânia e Eslovênia até o dia 15 de junho. Ao todo, são 18 times no páreo, e os oito primeiros avançam às quartas de final. Paciência será fundamental na avaliação do comandante.
– É um time com pouca experiência e que precisará lidar com expectativas. Temos jogadores de potencial, mas com pouca vivência, pouco tempo de quadra, de voo. Como se fala, o cenário internacional é diferente. Eles vão ter que aprender a lidar com isso. A renovação não pode ser uma revolução – disse o técnico, lembrando de como as gerações anteriores passaram o bastão gradualmente para os mais novos.
– Tem que ser um processo. Traz duas, três peças novas, mas tem toda uma base. Como foi feito há algum tempo. Lá atrás, a Seleção mais vitoriosa tinha Nalbert, Giovane, Murilo, Tande. É todo um processo. Depois, tem a geração do Bruninho e do Lucão entrando. Isso requer tempo, trabalho, conhecimento e vivência. É entender a pressão, entender o cenário internacional. Alguns vão jogar lá fora. Pouca gente dos nossos jogadores está fora, onde há uma cobrança grande sobre o estrangeiro. E muitos dos nossos daquela geração foram jogar lá fora, foram se testar lá. Isso é importante também para a Seleção – concluiu Bernardinho.