Brasil: 151 jogos analisados no ano como trunfo
Henrique Modenesi é o analista de desempenho da Seleção Brasileira
A preparação da Seleção masculina para uma competição como o Campeonato Mundial requer muito estudo. É aí que entra o trabalho de um integrante da comissão técnica com jeito de espião. O analista de desempenho Henrique Modenesi mapeia os adversários, desvenda segredos e coleta informações que podem mudar o destino de uma partida. Só este ano, ele já analisou cerca de 151 jogos de competições como a Liga das Nações, a Copa Pan-Americana, a Copa Challenger, amistosos e o próprio Mundial, produzindo um total de 1020 páginas de conteúdo divididos em 34 relatórios. Dados valiosos para o Brasil, que na terça-feira (6/9) enfrenta o Irã, às 16h (de Brasília), pelas oitavas de final da competição, na Polônia.
– A rotina é pesada. Tem noites que o trabalho se estende pela madrugada, para preparar o material para cada partida. Estudo o modo de jogo dos times que enfrentaremos, e preparo um relatório com detalhes sobre o desempenho em cada fundamento, onde sacar e a distribuição do levantador adversário. Assim, a comissão técnica e os jogadores podem definir a estratégia para cada situação – explica Modenesi, que trabalha como analista de desempenho desde 2009 e chegou à Seleção brasileira em 2017, a convite de Renan. – Para seguir essa carreira, é primordial entender de vôlei, para analisar os fundamentos – saber o que é um passe A, um passe B, um bom levantamento, as direções de ataque, de saque, as distribuições do levantador, viradas de bola, break point. Tudo isso é a base para operar os softwares que fazem a compilação dos dados e os relatórios.
Durante as partidas do Brasil, Henrique também entra em ação, passando informações em tempo real para o banco da equipe brasileira.
– Nos jogos, vou codificando e gerando relatórios para o banco de reservas, em tempo real. Eles conseguem comparam as informações do pré-jogo com o que está acontecendo. Quando a partida termina, comparamos tudo. Assim, vamos recalculando a rota – diz o analista, que demora cerca de duas horas para “dissecar” cada jogo.
Para Júlia Silva, gerente de seleções da CBV, o papel do analista de desempenho é primordial para a performance da equipe.
– O nível técnico das equipes melhorou muito e hoje não há equipe imbatível. assim, cada análise da nossa equipe e dos adversários é vital para a estratégia do treinador – diz Júlia.
O técnico do Brasil concorda.
– A função do analista de desempenho não se limita a uma leitura do jogo do adversário. Ele também pauta a comissão técnica sobre como aperfeiçoar os treinamentos, sabendo os pontos que podem ser melhorados. São números importantes na preparação de cada jogo. O material preparado pelo Henrique nos dá subsídios para trabalhar a semana inteira, e não somente em um jogo específico – disse Renan.