Bruno: “Volto para terminar de escrever minha história em Modena”
Levantador irá para a terceira passagem pelo clube italiano
O levantador Bruninho foi confirmado nesta sexta-feira como reforço do Modena. Será a terceira passagem do brasileiro pelo tradicional clube italiano.
O novo vínculo terá duração de três anos e marcará o reencontro com o francês Ngapeth, com quem dividiu um período glorioso do clube, e já foi anunciado na semana passada como reforço.
Dopo tanti, tantissimi successi in giro per il mondo, dopo l'ennesimo scudetto e l'ennesimo premio da MVP, siamo orgogliosi di annunciare che @brunorezende1 tornerà a vestire la maglia gialloblù.
Bentornato a Modena, Campione! ?? pic.twitter.com/XsWkBsPEU6
— MODENA VOLLEY (@modenavolley) April 23, 2021
Com exclusividade, o Web Vôlei publica um texto de Bruninho, com lembranças de momentos vividos em Modena e com as expectativas para o retorno.
“É muito especial para mim anunciar meu retorno ao Modena, clube que me abriu as portas do vôlei internacional. É como entrar numa máquina do tempo da minha carreira, dez temporadas atrás. Eu estava muito bem no Brasil à época, em Florianópolis, com a Cimed, dominante no cenário local. Mas acabamos caindo nas quartas de final da Superliga 2010/11. Na Itália, Modena tinha ficado sem o Mikko Esko (levantador finlandês), com a mão quebrada, e precisava de alguém para terminar a temporada. Resolvi aceitar o desafio de atuar pela primeira vez fora do meu país. Não podia imaginar o que estava por vir.
Era tudo uma surpresa para mim. Eu era um menino que queria desbravar a Itália e encarar a aventura de viver no exterior. Quando cheguei lá, eu vi de perto a paixão que os italianos têm pelo vôlei, principalmente em Modena. É algo diferente do Brasil pela história de vida que cada clube tem no cenário nacional. Modena tem hoje 52 anos de história. Nosso time conseguiu chegar à semifinal do campeonato, algo que não acontecia havia 11 anos. Fizemos a semi contra o Trentino, comandado pelo Rapha, meu companheiro em Taubaté na atual temporada. Aquele time dominou por anos na Itália e a Europa. Perdemos a semifinal no jogo 5. Foi duro, mas fizemos coisas muito improváveis naquele ano com um time muito aquém em comparação com o Trentino. Ali eu recebi um carinho e um afeto que me marcaram. Tive a certeza que um dia voltaria.
E voltei em 2013, depois do problema no RJX, de forma meio inesperada, mas marcante para eu evoluir. Foi a grande mudança da minha carreira, por sair da sombra de sempre ser o filho do Bernardinho. Ao jogar na Itália, as pessoas me respeitavam por ser o Bruno. Foi muito importante para o meu amadurecimento. Modena foi um divisor de águas na minha carreira.
Depois de conquistar o Campeonato Italiano lá, encerrando um jejum de 15 anos, eu entendi o quão importante era o vôlei lá. Foi muito especial. Entramos para a história do clube conquistando o triplete em 2016 (Supercopa, Copa Itália e Italiano). Foi uma passagem muito, muito especial. Realmente cresci não só como atleta, o que me ajudou na preparação para a Olimpíada do Rio, mas como capitão, na função de liderar um grupo. Ajudou a moldar minha personalidade.
Quando voltei, após a temporada no Sesi, as coisas não aconteceram como eu imaginava. Sem dúvida, foi um dos momentos mais difíceis da minha carreira. Pela primeira vez não tive uma boa relação com um técnico, com nossas diferenças, e a procura dele por outro levantador me fizeram tomar a decisão de seguir meu caminho. Para mim foi muito triste ter de tomar a decisão de ir para outro time na Itália, mas era por motivos pessoais. Queria jogar uma Champions League, um Mundial de Clubes…
Mas Modena tem um peso muito especial na minha vida. Sabia que a minha segunda passagem estava incompleta. Não ter ganho nada em 2017/18, ter saído do jeito que eu saí… Queria ter nova oportunidade de voltar. E ela chegou agora. Modena está montando um grande time e estou animado para ajudar a colocá-lo novamente no caminho das grandes conquistas. Volto para terminar de escrever minha história”.