Busto Arsizio cogita processar federação após saída de Velasco

O Busto Arsizio não mediu palavras para reclamar abertamente do comportamento da Federação Italiana de Vôlei (Fipav) no processo de escolha de Julio Velasco como treinador da seleção feminina, anunciado no início do mês. Em uma nota oficial publicada nesta terça-feira (21/11), o clube prometeu até ir à justiça.

Velasco, treinador do Busto, foi escolhido como substituto de Davide Mazzanti. A decisão da Fipav, segundo o clube, foi unilateral e sem qualquer discussão, causando prejuízos ao planejamento. O treinador, que ficaria no clube ao menos até o fim do ano, teve o desligamento anunciado hoje.

Confira a nota do clube:

“O Busto Arsizio anuncia que a partir de hoje Julio Velasco não é mais o técnico da equipe. O treinador argentino renunciou ontem à noite, com efeitos imediatos, e nas próximas horas o clube anunciará o nome do novo treinador principal.

O clube destaca que trabalhou até o fim para dar continuidade ao relacionamento com Velasco, buscando o apoio da Fipav e do próprio treinador.

No contrato assinado com o Sr. Velasco não existiam cláusulas de rescisão que funcionassem automaticamente no caso da sua nomeação como treinador da seleção nacional adulta. Pelo contrário, o contrato foi estruturado de tal forma que o Sr. Velasco poderia exercer a dupla função (técnico do Busto e técnico da seleção principal) sem qualquer impedimento. Por este motivo, a sociedade sempre considerou o Sr. Velasco como treinador da equipe pelo menos até o final da temporada, com a duração contratual prevista nas cláusulas dedicadas.

Nenhum contato com o Busto Arsizio foi feito pela Fipav antes da convocação do Sr. Velasco à sede da Fipav para receber a proposta da função de técnico da seleção principal, assim como não foram verificados pela Fipav com o Sr. Velasco as cláusulas contratuais presentes no contrato entre Busto e o próprio treinador. A Fipav nunca solicitou uma reunião com o Presidente e CEO do Busto antes do comunicado de imprensa nomeando o Sr. Velasco como técnico da seleção nacional. Nenhuma cooperação jamais foi promovida pela Fipav, sabendo muito bem que o Sr. Velasco foi treinador do nosso histórico clube, violando assim qualquer regra de boa fé, justiça e transparência conosco. Nunca a FIPAV buscou uma conversa devida e construtiva com o Busto, tudo em desrespeito aos projetos, investimentos e sacrifícios do nosso projeto, membro da federação há 53 anos, para disputar um campeonato proativo e em busca de uma visão de caráter esportivo, cultural, ético, internacional, de certo interesse para todo o sistema de voleibol (ao qual a empresa Brera Holding deu crédito e reconheceu legitimidade, a ponto de ser a primeira empresa americana a investir no voleibol feminino).

O comportamento da FIpav e de todos os intervenientes ativos neste caso aparece claramente, aos nossos olhos, responsável por graves e extensos danos à reputação corporativa do Busto Arsizio, ao seu projeto esportivo uma vez iniciada a temporada, desestabilizando a serenidade do toda a equipe (tanto em quadra como na gestão, tanto para a cidade de Busto Arsizio como para os seus torcedores). O clube reserva-se o direito de verificar no futuro todas as ações cabíveis para protegê-lo, a qualquer título.

O Busto continua aguardando feedback concreto da Fipav e a realização de uma reunião visando os esclarecimentos necessários, desculpas formais e a busca de soluções adequadas aos nossos interesses, visando salvaguardar a condução do campeonato de forma regular, conjunta e maneira igual. Nós lamentamos ter vivido até agora um tratamento inimaginável, em detrimento do respeito, da ética desportiva e das regras que a Fipav deveria garantir e dar exemplo”.