Maurício Souza
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Superliga - 26 de outubro de 2021

Caso Maurício Souza não termina com “punições” do Minas

Minas Tênis Clube e o jogador discordam sobre como será feita a retratação


A novela Maurício Souza está longe de terminar. A decisão do Minas Tênis Clube de afastar, multar e exigir uma retratação do jogador, após declarações homofóbicas publicadas em redes sociais, não colocará um ponto final no caso.

Ela diminui um pouco a fervura, após Fiat e Gerdau, patrocinadores do time masculino de vôlei e responsáveis pelo pagamento do salário, exigirem “medidas cabíveis” do clube. Mas não apaga o incêndio. Segundo apurou o Web Vôlei, Maurício, até o início da noite, não estava disposto a mudar o seu posicionamento. No máximo “pedir desculpas a quem se sentiu ofendido”. Se for apenas isso, além de um afastamento por um ou dois jogos, com desconto no salário, a pressão sobre o Minas seguirá e a diretoria sabe disso.

Nas redes sociais, Maique, líbero do time, agradeceu Fiat e Gerdau pelos posicionamentos nas redes sociais. Ele ganhou apoio de Carol Gattaz, capitã da equipe feminina de vôlei do Minas.

“Homofobia é crime. Racismo é crime. Respeito é obrigatório. Está na lei, garantido pela Constituição. Já toleramos desrespeito, gracinhas e preconceitos disfarçados de opinião por muito tempo. Chega!”, escreveu Gattaz, que recebeu apoio de companheiras de time, como Thaísa e Pri Daroit, de Sheilla, atualmente integrante da comissão técnica do Minas, além de atletas da Seleção, como Gabi e Bia.

Douglas Souza, ex-companheiro de Maurício no Taubaté e na Seleção, também questionou a decisão:

“O famoso não vai dar em nada, né. Toda vez a mesma coisa, cansado disso de sempre ter falas criminosas e no máximo que rola é uma “multa” e uma retratação nas redes sociais. Até quando?”, escreveu o jogador da Seleção e do Vibo Valentia, da Itália.

O Minas tem muito mais a perder do que o próprio Maurício nesta história. O jogador, de 33 anos, já decidiu trilhar o caminho da política em um futuro próximo, com uma “plataforma eleitoral” bem clara. Já o clube, com sócios e torcida muito atuantes, seguirá sendo cobrado por eles e pelos patrocinadores pelo posicionamento ou falta dele em um tema tão delicado. É esperar os próximos capítulos.

Por Daniel Bortoletto

PS: Após a publicação deste texto, o Minas divulgou nota oficial sobre o caso:

“O presidente do Minas Tênis Clube, Ricardo Vieira Santiago, se reuniu com o atleta Maurício Souza na tarde desta segunda-feira, e lhe informou sobre o seu afastamento por tempo indeterminado do Fiat/Gerdau/Minas. O atleta também recebeu uma multa e foi orientado a fazer uma retratação pública imediata.

O Minas Tênis Clube reforça que não aceita e não aceitará manifestações intolerantes de qualquer forma e que intensificará campanhas internas em prol da diversidade, respeito e união, por serem causas importantes e alinhadas com os valores institucionais”.

Maurício Souza fez o mesmo, no Twitter, para seus 65 seguidores:

“Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do Clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou vindo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi. Esta não foi minha intenção”