Erick, ponteiro do Araguari, CBV
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Destaques - Superliga - 11 de fevereiro de 2025

CBV confirma denúncia por ofensas homofóbicas na Superliga B

Equipe paulista venceu mineiros pela Superliga B por 3 a 1, em partida marcada por confusão. CBV diz que atos discriminatórios constam em relatório


A vitória do Praia Grande sobre o Araguari por 3 sets a 1, no último sábado (8/2), no ginásio Sítio do Campo, em Praia Grande, pela nona rodada da Superliga B masculina, terminou com troca de acusações de ambas as equipes. O time mineiro denunciou, em nota oficial, a ocorrência de insultos homofóbicos contra o ponteiro Erick Garcia por parte da torcida paulista e foi rebatido pelo rival. A CBV confirmou que os atos discriminatórios constam no relatório do jogo.

“Tendo em vista os acontecimentos relacionados ao último jogo realizado dia 8/2, em Praia Grande, vimos por meio desta pronunciar-nos em uníssono, pelo repúdio, acerca das ofensas proferidas por parte da torcida do Esporte Clube Praia Grande, onde alguns indivíduos insultaram o jogador Erick Garcia, de forma preconceituosa. Sabemos que o esporte tem mexido com emoções, contudo não pode ser margem, tampouco palco para episódios como o outrora ocorrido, revelando preconceito velado, e situações homofóbicas, ao passo que a disputa saudável em quadra, nada tem haver com a pessoalidade de cada atleta. Neste sentido, todas as medidas cabíveis serão tomadas, visando senão assegurar o bom andamento do campeonato, como o bem-estar dos atletas”, disse o time mineiro.

Segundo o “GE”, durante o quarto set, Erick marcou um ponto e comemorou o lance com a comissão técnica de Araguari de frente para a arquibancada. Foi quando alguns torcedores teriam ofendido o jogador com palavras de teor homofóbico, como “bicha”.

Já o Praia Grande deu outra versão (veja a íntegra). Confirmou que “o jogo seguia normalmente até que um dos jogadores adversários fez um ponto e comemorou direcionando um grito à torcida, que vaiou o atleta em resposta”. Mas que, “após esse episódio, a comissão técnica adversária começou a alegar que o atleta teria sido vítima de homofobia por parte da torcida”. O time ainda afirma que Wesley Lucas, vice-prefeito da cidade de Araguari e membro da diretoria adversária, teria agredido uma integrante da comissão técnica paulista.

“Em virtude da nota divulgada pela equipe de Araguari Vôlei EVA sobre os acontecimentos do último jogo realizado no dia 8, em Praia Grande, nós, do Esporte Clube Praia Grande, vimos a público repudiar de maneira veemente as acusações infundadas dirigidas à nossa torcida. Somos contrários a qualquer tipo de discriminação, seja ela física, verbal ou de qualquer outra natureza”, disse o Praia Grande.

A CBV prometeu encaminhar o relatório do jogo aos órgãos competentes para que sejam tomadas todas as medidas cabíveis.

“A Confederação Brasileira de Voleibol acompanhou os acontecimentos da partida entre EC Praia Grande e Araguari Vôlei EVA, pela Superliga B masculina. A ocorrência de ofensas homofóbicas durante a partida consta no relatório do delegado responsável pelo jogo. A CBV encaminhará o documento aos órgãos competentes (autoridade policial, STJD e Comitê de Ética), para que sejam tomadas todas as medidas cabíveis no âmbito esportivo e perante o poder público e demais instâncias. A CBV acompanhará os desdobramentos do caso, e reforça que não admite qualquer tipo de preconceito ou ato discriminatório, entendendo que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade”, informou a entidade.