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Superliga - 30 de julho de 2019

Clarisse, capitã do Pinheiros: “Aos 9 anos decidi que seria jogadora de vôlei”


Um dos clubes mais tradicionais não só no vôlei, mas do esporte brasileiro, celeiro de atletas e revelações em várias modalidades, o Pinheiros iniciou, nesta semana, os treinos para a temporada 2019/2020. Um dos principais nomes do time segue sendo a ponteira e capitã Clarisse Peixoto, 32 anos.

Confira abaixo trechos da entrevista que a jogadora concedeu ao site do Pinheiros Esporte Clube:

O vôlei foi o primeiro esporte que você começou a praticar?
Comecei a jogar vôlei muito nova, tinha sete anos quando descobri minha paixão, só pensava em jogar. Tentei praticar outros esportes, minha mãe na época me colocou na natação, fiz dança e ginástica rítmica também. Só que estar dentro da quadra falou mais alto. No Clube do Vôlei, em Fortaleza, foi onde tudo começou, era um lugar onde toda a minha família frequentava, cresci praticamente em uma quadra de vôlei. Não tinha como não seguir a tradição, minhas quatro primas, tias e a minha mãe jogavam no clube.

Começou a jogar profissionalmente com quantos anos?
Com 9 anos, decidi o que queria para minha vida, jogar vôlei profissional. Repetia várias vezes para minha mãe: vou ser jogadora de vôlei, vou ser jogadora de vôlei. Fiquei no Clube do Vôlei até meus onze anos, depois fui para o BNB, Clube patrocinado pelo Banco do Nordeste, aí eu percebi que começou a ficar sério, participei de competições importantes como o Campeonato Cearense e Campeonato Brasileiro. Com treze anos fui jogar o Campeonato Brasileiro com o Ceará e uma técnica de São Paulo me viu jogando, foi quando sai da minha cidade.

Como desde muito nova eu já falava para minha mãe que seria jogadora de vôlei, ela já estava se preparando para esse dia. Tenho um irmão que joga futsal e ele já tinha vindo para São Paulo, então já tinha um conforto, devido à experiência dele. O clube que eu defendia tentou me segurar, foi difícil para federação liberar, mas minha mãe via tanta certeza em mim que fui para São Paulo.

O Pinheiros já começou a treinar para a temporada 2019/2020 (Divulgação)

Passou por quais clubes?
Com 13 anos fui para o Osasco, fiz toda a minha categoria de base lá, nesse meio tempo de infanto-juvenil, me arrisquei em outra modalidade: o vôlei de praia. Joguei pela seleção Brasileira no Mundial na Itália. Só que o vôlei de quadra sempre falou mais forte.

Voltei para as quadras e novamente pelo Osasco, depois joguei um período em São Caetano, fui para Araçatuba, onde minha filha nasceu. Tive minha grande experiência profissional e de vida aos 25 anos quando fui para Europa, onde viajei para França com minha filha e mãe, joguei por dois anos, depois fui para Noruega, fiquei por um ano. Posso dizer que ganhei muita maturidade nessa época, tive a oportunidade de aprender outras línguas, outras culturas, me adaptar ao clima de outro país foi um grande desafio. Vivenciei em quadra momentos importantes que fizeram minha carreira evoluir.

Foi muito enriquecedora essa passagem pela Europa, precisava dessa carga de responsabilidade, voltei outra atleta.

Quando retornei para o Brasil, acertei com o Pinheiros, foi aí que começou a minha paixão com o clube. Em 2015 na minha primeira passagem, houve identificação de cara, gostava muito de defender as cores do ECP. Infelizmente, por razões contratuais, tive que sair com o coração super apertado. Retornei para Osasco, tive uma passagem interessante por lá, fui para o Fluminense antes de voltar para o Pinheiros.

O Pinheiros terminou a última temporada na nona colocação (Divulgação)

O que te motivou jogar no Pinheiros?
Todo mundo fala da estrutura do Esporte Clube Pinheiros, que já é conhecida mundialmente, por todos esportes que possui. Mas o que gosto de falar é das pessoas que fazem a estrutura funcionar o fisioterapeuta, a comunicação, os técnicos, a comissão… desde as pessoas que trabalham na quadra como o Régis, Olímpio…. Tudo funciona como se fosse uma casa mesmo, por isso quando entro em quadra, repito que são por essas pessoas que vou lutar e vestir a camisa azul e preta. Acho que o envolvimento dos atletas com as pessoas que fazem o clube funcionar é o toque, o diferencial que torna tudo especial.

Sabemos do cenário do voleibol aqui no clube, tem meninas que ganham salários altíssimos em outros clubes e que no Pinheiros trabalhamos em uma condição muito boa, mas que não visamos salários, não estou aqui somente para ganhar dinheiro, estou aqui para crescer como pessoa, como atleta, conquistar meu espaço no cenário esportivo.

Já pensa no que pretende fazer depois que parar de jogar? Tem algum plano em mente?
Já entrei na fase dos 30. O voleibol tem uma carreira curta, penso que na faixa dos 36, 37 anos vou encerrar. Eu quero muito poder ajudar jovens atletas na questão psicológica e preparação. Já iniciei na faculdade de pedagogia, futuramente quero fazer especificação em psicopedagogia. Acho que o mental ajuda muito para o desenvolvimento de um atleta, dar suporte para aqueles que saíram de casa muito cedo e não têm a família por perto. Não é em todo clube que oferece esse cuidado com o atleta como no Pinheiros.

Érica Adachi, Priscila Souza, Isabela Paquiardi, Camila Paracatu e Clarisse Peixoto (Instagram/Reprodução)

Jogo rápido

Descreva você em uma palavra: Superação

O que você odeia: Mentira

Família é: Tudo

Comida preferida: Frutos do Mar

Time do Coração: Pinheiros

Ídolo no Esporte: Vejo como ídolos os atletas que eu vejo no dia-a-dia. As pessoas que eu vejo no trajeto até chegar ao clube, um trabalhador no trem que madrugou para ganhar o pão de cada dia, pessoas que correm atrás dos seus objetivos são a minha inspiração.

Sonho: Ver minha filha Luiza crescer feliz e saudável, poder proporcionar os melhores momentos pra ela. No esporte quero estender minha carreira o máximo possível, em um lugar que eu amo, fazendo o que amo.

O que te inspira: Pessoas que vão à luta, minha mãe me inspira, minha filha, família sempre inspira.

Temporada 2019/2020: Minha expectativa é muito melhor do que a do ano passado, acho que formamos uma equipe homogênea, coesa, mais leve e mais jovem. Temos tudo para nos divertir mais em quadra, fazer resultados melhores, agora com essa responsabilidade maior de ser capitã, vai ser um crescimento individual, é muito bom poder ajudar as meninas mais novas do time.

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