Coluna: A valorização dos estrangeiros no Brasil
Três semanas atrás, publiquei o seguinte texto neste mesmo espaço:
“É preciso olhar um pouco para os lados e ver outros exemplos que não falam “tão bem” o português e por isso muitas vezes não têm o devido valor reconhecido.
Nos últimos dez anos, o argentino Marcelo Mendez faz o trabalho mais vitorioso em um clube brasileiro em todos os tempos. Com o hermano, o Sada/Cruzeiro dominou estado, país, continente e em alguns momentos o mundo. Jogadores se transformaram nas mãos de Marcelo e hoje são referências internacionais. Craques tratados como insubstituíveis foram embora do projeto e o poder de reconstrução surpreende.
Na temporada passada, o Minas apostou no italiano Stefano Lavarini para reencontrar o caminho das grandes conquistas. Em um ano e meio de trabalho, dois estaduais, um sul-americano e o vice-campeonato mundial recolocaram o tradicional clube na prateleira de cima do vôlei feminino.
O Brasil, por mais que seja uma escola reconhecida e uma marca de sucesso no vôlei mundial, tem de olhar para o sucesso de técnicos estrangeiros por aqui com interesse e vontade de aprender. Para o próprio bem!”
Na última semana, duas novidades do mercado. Mendez, novo treinador da seleção masculina da Argentina, terá Horácio Dileo como um dos assistentes. Dileo é treinador do Vôlei Renata, com passagens por Minas e Maringá. Outro estrangeiro com longo currículo no vôlei brasileiro. Já o italiano Lavarini recebeu e aceitou proposta para assumir a seleção feminina da Coreia do Sul na busca por uma vaga olímpica, assim que terminar o compromisso com o Minas.
Confirmações atrás de confirmações dos acertos de vários clubes brasileiros em apostar em estrangeiros nos últimos anos. Certeza também de que o Brasil, como um todo, poderia aproveitar melhor a presença dos gringos no nosso voleibol, para o nosso próprio bem.
TEXTO DE DANIEL BORTOLETTO, ORIGINALMENTE PUBLICADO NO LANCE!