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Coluna - Destaques - 14 de março de 2020

Coluna: Colocando alguns pingos nos is

Daniel Bortoletto escreve sobre ranking, estrangeiras e as polêmicas da semana no vôlei


A decisão da CBV, na noite de sexta-feira, de marcar uma nova reunião para a votação do ranking foi uma demonstração de bom senso.

Uma espécie de “mea culpa” da entidade de que houve uma falha na condução do processo, com os votos dos ausentes fisicamente São Paulo/Barueri e Curitiba não sendo aceitos, após uma resposta de “computado” aos e-mail enviados na véspera da reunião.

Outro avanço é organizar novos encontros de forma remota, por vídeo-conferência, algo perfeitamente viável com a tecnologia atual disponível. É o mundo moderno.

Caso ninguém mude de ideia até a próxima reunião, o ranking será encerrado com a votação de 6 a 5. Em tese, com votos de Itambé/Minas, Dentil/Praia Clube, Osasco Audax/São Cristóvão Saúde, São Paulo/Barueri, Curitiba e comissão de atletas. Sesc, Sesi Bauru, Flamengo, Fluminense e Pinheiros foram os votantes pela manutenção.

O ranking acaba e os problemas do vôlei brasileiro terminam do dia pra noite? Longe disso.

Inicialmente, é preciso separar a votação do ranking e a do aumento de estrangeiras. Neste segundo tema, a aprovação da liberação de três jogadoras de fora por time deve ser aprovada com um placar de 7 a 4. Na quinta-feira, Sesc, Flamengo, Fluminense e comissão de atletas votaram contra o aumento. Como São Paulo e Curitiba demonstram ser favoráveis, uma nova aprovação da mudança parece certa.

E esse ponto foi uma das principais críticas das jogadoras nas redes sociais. Nas postagens, Thaisa, Sheilla, Gabi, Natália, Fabiana, entre outras, criticaram liberar as “gringas” e restringir as nacionais. E, algumas delas, focaram a raiva no Sesc. No caso das estrangeiras, de forma injusta na minha visão. O time carioca votou contra a mudança no números de inscritas por time. E foi demonizado.

No cenário atual da disseminação de informações pelas redes sociais, é preciso ter cuidado com cada palavra usada. E houve excesso neste caso específico. Misturaram o direito de o time carioca defender a manutenção do ranking, como faz desde sempre, com o fato de que a solicitação para a votação ser presencial ter sido feita pelo mesmo. E depois aprovada pelos outros sete clubes presentes na reunião de quinta sem questionamentos.

Torço e espero que a modalidade passe a contar mais vezes com a voz ativa de atletas, técnicos e dirigentes na condução de melhorias. Discutir, debater, argumentar, defender pontos, aceitar o contraditório, ouvir o outro lado… Tudo isso é válido e extremamente necessário no processo democrático. Não apenas no cenário atual do vôlei, mas também todo o nosso país.