Com saudade das filhas, Sheilla faz desabafo de mãe-atleta: “Me sinto culpada”
Com a Seleção Brasileira literalmente no outro lado do mundo – para a disputa da Copa do Mundo do Japão, a partir deste sábado -, a oposta Sheilla fez um desabafo emocionado em seu perfil no Instagram. Desde que deu à luz às gêmeas Liz e Ninna, de 10 meses, ela nunca ficou tanto tempo separada da família e nem tão longe.
Sheilla emendou a disputa do Sul-Americano, no Peru, há duas semanas, com os treinamentos em Saquarema e a viagem para Tóquio. Nesse meio-tempo, teve apenas dois dias para curtir a família em Belo Horizonte e já teve de se apresentar ao técnico José Roberto Guimarães, no Centro de Treinamentos na Região dos Lagos do Rio.
– Estou há alguns dias pensando em escrever sobre como é difícil ficar longe das minhas meninas e como estou feliz de estar de volta ao vôlei. Como dói a saudade. Mas é difícil colocar em palavras, é tudo tão novo pra mim. Este amor inexplicável que só cresce a cada dia, e agora esta distância louca. Distância que até pouco tempo não imaginava que teria tão cedo. Tem coisas na vida que não planejamos, mas acontecem – postou a jogadora, referindo-se ao fato de não ter planejado voltar à Seleção tão rápido.
A oposta ficou três anos sem jogar. Chegou a anunciar sua aposentadoria com a camisa da Seleção Brasileira após a eliminação nas quartas de final nos Jogos do Rio-2016 e, depois do nascimento de Liz e Nina, em 5 de novembro de 2018, voltou a pensar em voltar a jogar em algum clube.
Com o problema cardíaco da oposta do Itambé/Minas Bruna Honório, em maio, o inesperado aconteceu e ela acabou contratada pelo clube mineiro, onde iniciou a carreira. A solução foi perfeita, já que Sheilla mora praticamente em frente ao ginásio do Minas, em Belo Horizonte, e não precisou mudar a rotina. Além da proximidade do marido e das filhas, ela pode também continuar perto da avó Terezinha,que a criou.
O convite para retornar à Seleção, feito por Zé Roberto, para ajudar a transição da nova configuração da Seleção Brasileira – após uma enxurrada de pedidos de dispensa no início da temporada -, também veio muito rápido e foi outra surpresa. Fez a bicampeã olímpica balançar e ela voltou a vestir a Amarelinha junto com a amiga e também bicampeã olímpica Fabiana. Com Tandara sofrendo com seguidas lesões e pedindo dispensas por motivos pessoais nas duas últimas competições (Sul-Americano e Copa do Mundo), o nome de Sheilla em Tóquio-2020 passa a ganhar força com o treinador.
– E sabe o que é mais louco de tudo, é que estou fazendo uma das coisas que mais amo na vida: jogar vôlei, defender meu país, esta rotina maluca de atleta. E mesmo amando tudo isso, estou sofrendo muito de não poder estar com elas diariamente. De conversar, brincar, dar banho, colocar pra dormir, de fazer nada com elas. Acho que só sendo mãe pra ter esta ambiguidade de sentimentos. Me sinto culpada por estar longe, sinto uma saudade inexplicável, vontade de chorar (as vezes choro), uma dor maior que qualquer dor física que já senti jogando e treinando, e ao mesmo tempo estou muito feliz de estar de volta, feliz por estar jogando vôlei novamente. Louco demais né? E daqui a pouco (dia 14) começam os jogos aqui no Japão e vamos com tudo pra buscar mais uma medalha pro Brasil! Queria conseguir abraçar o mundo literalmente, estar aqui no Japão e estar também no Brasil, mas isso é impossível né? Então cada coisa de uma vez, cada dia de uma vez e agora é a vez do vôlei e de ver minhas filhas no FaceTime, nos videozinhos e fotos. E vamo que vamo – , completou Sheilla.
Em busca do título inédito, o Brasil estreia na Copa do Mundo do Japão contra a Sérvia, sábado, às 5h (de Brasília), na cidade de Hamamatsu.
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