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Destaques - Paris-2024 - 2 de agosto de 2024

Conte chora ao anunciar aposentadoria

O ponteiro se despediu das quadras na derrota da Argentina para a Alemanha


Ele foi o último jogador a deixar a zona mista, área de entrevistas da Arena Paris Sul. Parou para falar com todos que o esperavam. Os olhos marejados denunciavam a emoção à flor da pele. Facundo Conte se despediu do vôlei com a eliminação da Argentina na primeira fase dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira (2/8).

A cada resposta, tentava engolir o choro. Muitas vezes não conseguiu. Foram 21 anos de carreira, com alguns resultados recentes sendo os mais marcantes com a camisa argentina: bronze nos Jogos de Tóquio, em 2021, e um Sul-Americano, um ano depois, quebrando a hegemonia do Brasil.

Conte se vai, dolorido por dentro por não conseguido fazer a Argentina chegar pela quarta vez seguida na fase de quartas de final dos Jogos Olímpicos.

– Dois anos atrás pensei em deixar a seleção, mas sentia que tinha mais um pouquinho para dar. Agora eu dei tudo e é o momento de fazer outra coisa – disse o ponteiro de 34 anos, maior pontuador da equipe com 9 acertos hoje.

Contra a Alemanha, a Argentina tinha uma tarefa complicada. Vencer por 3 a 0 e depois torcer para o Canadá bater a Sérvia no tie-break. Ficou bem longe disso.

– Era 1% de chance. Mas lutamos. Tenho muito orgulho, um pouco de tristeza obviamente pois não era o resultado que esperávamos, que sonhávamos. Depois de 21 anos esperava um momento mais épico para deixar de jogar voleibol. Me despeço completamente vazio – comentou o jogador, com passagens por Sada Cruzeiro e Taubaté.

Conte admitiu que a noite foi mal dormida na Vila. Os pensamentos sobre o final tomaram conta de sua mente.

– Dormi duas horas pois sabia que poderia ser a última vez. Sempre fui uma pessoal muito passional na quadra. E desta vez a emoção tomou conta de mim desde o hino. Foi bem duro jogar esta partida, pois cada ponto eu pensava que era o último – disse, soluçando mais uma vez.

– Certamente foi um momento duro, inesquecível, mas escolhi vivê-lo. O voleibol me deu tudo em 21 anos, mas acabou.

E o futuro, Conte?

– Não sei o que vou fazer agora. Toda a minha vida foi o vôlei. O que vem pela frente? Essa resposta ainda estou buscando.

Por Daniel Bortoletto, em Paris