Darlan fala da gratidão a Alan, estilo de vida e gostos além do vôlei
Oposto do Sesi vive grande fase na Seleção Brasileira e é uma das esperanças do país em Paris 2024
Astro da nova geração da Seleção Brasileira masculina e esperança do país nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o oposto Darlan abriu o coração sobre sua vida e seu crescimento nas quadras. Em entrevista à revista “GQ Brasil”, o atleta de 21 anos relembrou o início no vôlei, influenciado pelo irmão Alan, e a falta de talento para o futebol, que era um sonho de criança, assim como de tantos brasileiros.
– Eu já era muito alto e me colocavam no gol. Morria de medo de tomar uma bolada na cara. Então, quando chutavam na minha direção, fechava os olhos e colocava as mãos no rosto para me proteger. Era péssimo – recordou Darlan, grato ao mais velho dos filhos de Dona Aparecida pelo suporte dentro e fora das quadras.
– Digamos que recebi tudo de mão beijada. Quem deu duro mesmo foi o Alan. Ninguém na minha família era do esporte, e não tínhamos dinheiro para bancá-lo no começo. Ele vendeu latinhas e meu pai pediu dinheiro emprestado aos meus tios várias vezes para que ele conseguisse treinar. Eu, no lugar dele, teria desistido – recordou Darlan, que hoje é garoto-propaganda de marcas como Adidas, Riachuelo, Havaianas, Integral Médica e a casa de apostas Bet7K, o que o permite ajudar a família financeiramente, assim como faz Alan.
O jovem, que completará 22 anos ainda em junho, é oito anos mais novo do que Alan. Apesar da significativa diferença entre as idades, o jovem oposto, que está de contrato renovado com o Sesi, conta com os conselhos valiosos do irmão, dentro e fora das quadras.
– Sou o que mais puxa a orelha. Agora mesmo, estou no pé dele para estudar inglês e tirar a carteira de motorista. Jogamos na mesma posição e disputamos a mesma vaga na seleção, mas isso não me impede de dar conselhos. Falei para malhar mais as costas e comer melhor. A nossa família nunca contou com uma alimentação regrada e a gente precisa disso – conta Alan.
Maior pontuador da Seleção Brasileira na Liga das Nações (VNL), com 101 acertos, Darlan vem de meses de ascensão. A publicação conta que a avaliação mais recente do Sesi verificou que o oposto pesa 104kg e exibe 7% de gordura corporal. Durante a última temporada de clubes, ele substituiu 3kg de gordura por massa magra.
– A academia de um atleta é diferente. As pessoas comuns costumam malhar para conseguir hipertrofia e, geralmente, descansam entre as séries. O atleta se exercita por grupo muscular e acontece de um mesmo músculo ser exigido em dias seguidos – explica Darlan, que não curtia exercitar as pernas e precisou aprender a gostar “na marra”.
– Uma dica que dou é pensar que, malhando perna, você está ajudando seu coração também, já que auxilia na circulação sanguínea.
Estilo de vida
Além do vôlei, Darlan também demonstra amor por tatuagens, mangás e por vestir-se na moda. Inclusive, o desenho na pele escrito “Não precisamos de memórias” é inspirado no desenho japonês “Haikyuu”.
– O anime faz parte da minha vida. E a frase tem tudo a ver com o que passo nas quadras. Preciso ter noção de que, se errei, paciência. Devo focar sempre na próxima bola, no próximo passe. Esquecer as coisas ruins e pensar adiante sempre – explica o atleta.
Ele conta que tem uma playlist só para dias de jogos, o que inclui funks cariocas e raps do cantor Major RD.
– Escuto para entrar no clima. Essas músicas me ajudam no foco e também a pisar na quadra com raiva, com força, com vontade de ganhar.